Ao tirar de votação um texto de projeto do qual é relator no Senado, Rodrigo Cunha deu um pretexto para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), se afastar do grupo de sustentação ao prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL).
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O desdobramento político disso refletirá certamente nas eleições deste ano de 2026, até porque Cunha também integra esse mesmo grupo e, inclusive, quando concorreu ao governo, em 2022, seu principal apoiador foi Arthur Lira.
A jornalista Andreza Matais comenta o caso:
“A decisão do senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) de retirar do texto em votação no Senado a chamada ‘taxa das blusinhas’ tem outro motivo além da repercussão negativa que a medida aprovada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), gerou. A iniciativa revela o racha do grupo que apoia a reeleição do atual prefeito de Maceió, JHC (PL).
Lira tentava fazer o vice de JHC, mas foi informado ontem que o escolhido será o senador Rodrigo Cunha. Por essa razão, a decisão do senador de descartar a ‘taxa das blusinhas’ foi interpretada na política local como uma declaração de guerra a Lira, que bancou a aprovação da polêmica medida na Câmara.
Lira tem aliados em secretarias na prefeitura de Maceió, que administram 70% do orçamento municipal. Ao indicar o vice de JHC, ele tentava ‘amarrar’ o prefeito no cargo para que este não concorra ao Senado em 2026.
O cálculo leva em conta que JHC dificilmente deixaria a prefeitura nas mãos de alguém mais ligado a Lira do que a ele próprio. O plano do presidente da Câmara é concorrer ao Senado e, para isso, tenta tirar do caminho adversários no seu campo político.
JHC, contudo, optou por fazer de Cunha seu vice. Além de colocar um nome de sua confiança, abre espaço para sua mãe se tornar senadora. Dra. Eudócia Caldas é a primeira suplente de Rodrigo Cunha.
Procurado, Lira disse que sua resposta é o ”silêncio sábio’.
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