A frutose presente na fruta é maléfica à saúde?

Publicado em 01/04/2024, às 10h33
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Por Aline Ladeira/CRN3

A frutose é um tipo de açúcar presente naturalmente nas frutas, mel e alguns vegetais. Ela também está presente no xarope de milho, que é utilizado em larga escala pela indústria alimentícia na fabricação de refrigerantes, produtos de padaria e pastelaria, fruta enlatada, geleias, compotas, dentre outros. Outra importante fonte de frutose é o açúcar de mesa ou sacarose, formado por moléculas de glicose e frutose.

Dados da mais recente pesquisa de orçamento familiar (POF 2017-2018) apontaram o consumo insuficiente de frutas e hortaliças, em relação à recomendação da OMS (400 g), e um aumento na participação de alimentos industrializados e de açúcar adicionado na dieta dos brasileiros. Sendo possível inferir que o consumo de alimentos ricos em frutose, primordialmente sob a forma artificial (industrializada) e de açúcar adicionado, aumentou muito nos últimos anos.

A ingestão elevada de frutose pode induzir a alterações do metabolismo, como doença hepática gordurosa não alcoólica (gordura no fígado), aumento de ácido úrico, aumento da pressão arterial, aumento da gordura abdominal, aumento de triglicerídeos, resistência insulínica, caracterizando a síndrome metabólica e favorecendo a incidência de doenças crônicas não-transmissíveis.

Por outro lado, é importante destacar que não existe evidência científica suficiente para afirmar que o consumo de frutose proveniente das frutas seja maléfico para a saúde, sobretudo se respeitadas as recomendações de ingestão. As frutas são alimentos benéficos para saúde, pois são ricos em fibras, vitaminas, minerais e compostos bioativos que compõem uma alimentação saudável, portanto, a frutose naturalmente presente nas frutas não é prejudicial. Inclusive, a OMS recomenda que sejam consumidos diariamente 400 g de frutas e hortaliças, visando a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis.

Neste contexto, o CRN-3 orienta atenção aos rótulos dos alimentos industrializados e a seguir os princípios do Guia Alimentar para População Brasileira, fazendo dos alimentos in natura e minimamente processado da base da alimentação e evitar os produtos alimentícios ultraprocessados. Além disso, ressalta que o nutricionista é o profissional que possui formação para avaliar o impacto da ingestão da frutose no organismo, realizar o manejo da alimentação, determinando as quantidades de ingestão em cada ciclo da vida e nas diversas patologias com segurança, e disseminando informações corretas e confiáveis tendo a educação alimentar e nutricional como premissa estratégica no combate às doenças ou aos fatores de riscos advindos do consumo crônico de frutose.

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