Ivan Ribeiro, no portal IG:
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O INSS é o estágio atual e mais avançado da previdência social no Brasil, criado pela lei 99.350, que fundiu os antigos IAPAS (administração financeira) e INPS (gestão dos benefícios).
O mais claro indicador de desempenho é “fila do INSS” , que deve ter hoje perto de dois milhões de pessoas, boa parte deles a mais de 60 dias. Na sua posse, o ministro disse que a fila acabaria até dez deste ano.
O problema do INSS não é a falta de pessoal, mas a falta de um modelo de gestão, adequado a sua complexidade, restrições e perspectivas.
Para que isso venha a acontecer será preciso que o ministro Carlos Lupi de a partida, solicitando ao presidente que inicie o processo de revisão do modelo de gestão do INSS.
A revisão deverá ser feita por um dos centros de referência do País (USP, GV, Dom Cabral), de forma independente.
Acredito que todos as pessoas envolvidas na gestão da INSS deveriam ser substituídas por executivos de reconhecida competência, selecionados por critérios técnicos e, por que não, políticos.
Diante do enorme fracasso do INSS, os trabalhadores têm poucas alternativas. Uma delas é procurar um advogado. E tem dado certo. Em 2001, cerca de 1% dos benefícios foram concedidos por decisão judicial, número que chega quase 15% em 2023.
O INSS se tornou uma grande fonte de clientes para os escritórios jurídicos, que tem vencido sistematicamente e provando a falência do atual modelo.
Mas também tem me chamado a atenção o grande número de consultorias que me ligam oferecendo serviços para obtenção da aposentadoria. Nas redes sociais, é uma constante o tema “recolha no código tal que seu benefício será maior”. Normalmente seus donos se apresentam como advogados, mas não é comum que representem contra o INSS, indo na contramão do setor.
Suponho que sejam especialistas em legislação. Se são pessoas que conhecem as pegadinhas ou se há outros aspectos interferindo, só uma ampla auditoria poderá revelar.
A concessão de benefícios previdenciários foi um dos grandes desapontamentos do governo passado. E lamento dizer, está se agravando sob a gestão incompetente de Carlos Lupi e pouco realista de Alessandro Stefanutto. Ei, governo, vocês não estão vendo isso? Ou decifram ou serão devorados.”
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