Contextualizando

A estranha (e injusta) matemática em que os candidatos mais votados nem sempre são os eleitos

Em 28 de Setembro de 2024 às 12:10

O ex-senador e ex-governador Guilherme Palmeira, de saudosa memória, costumava repetir que a eleição de vereador era (e continua a ser) uma das mais difíceis.

Nesta eleição de 2024, seu filho Rui Palmeira é um dos concorrentes a uma vaga na Câmara Municipal de Maceió, pelo PSD, e está sendo protagonista desse processo manifestado por seu pai.

Independentemente disso, todas as avaliações indicam que Rui tem grandes chances de se eleger vereador, num cenário de total indefinição, em termos de perspectivas.

A eleição de vereador (assim como de deputado estadual ou federal) tem uma característica: por força da legislação, ter mais votos que os demais concorrentes nem sempre significa a garantia de um mandato.

É a chamada eleição proporcional, em que a definição dos eleitos depende de critérios técnicos, pelos quais é comum o candidato com menos votos adquirir o mandato no lugar de outros que obtiveram mais votos.

Um dos casos mais notórios, quanto a isso, foi Heloísa Helena ter sido a vereadora mais votada em Maceió, com 29 mil votos, e, por conta da sua votação, ter proporcionado um mandato ao advogado Ricardo Barbosa, com cerca de 400 votos.

Para exemplificar, nessa eleição inúmeros concorrentes obtiveram mais votos do que Ricardo Barbosa e não se elegeram.

É a estranha matemática, predominante na legislação eleitoral brasileira, pela qual os mais votados nem sempre são os eleitos.

A manifestação de vontade do eleitor, nesse caso, não é considerada.

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