Alguns episódios ocorridos do final de 2023 para cá fizeram, e ainda fazem, com que a disputa eleitoral na nossa pequena Maceió adquirisse dimensão nacional.
Não necessariamente pela ordem cronológica, é possível recapitular:
– o acordo de R$ 1,7 bilhão da prefeitura com a Braskem, como forma de compensar prejuízos com o dano ambiental que afetou cinco bairros, causados pela empresa;
– o gasto de R$ 8 milhões da prefeitura com a Escola de Samba Beija Flor de Nilópolis, sob o pretexto de divulgar turisticamente o destino Maceió;
– a aquisição pela prefeitura, por R$ 280 milhões, do Hospital da Cidade;
– a CPI instaurada pelo Senado para apurar responsabilidades na tragédia causada pela Braskem em Maceió, que acabou numa “pizza” de tamanho médio;
– o escândalo que se tornou o patrocínio de R$ 280 mil, pela prefeitura, para bancar a festa da OAB/Alagoas.
Essas situações, e outras que agora fogem à memória, ganharam o noticiário dos principais veículos de comunicação e das redes sociais, em todo o Brasil.
Há uma explicação para isso.
Ocorre que Alagoas tem personagens ocupando cargos relevantes na estrutura político-administrativa no país e tudo que diz respeito a eles provoca curiosidade e justifica as manchetes.
Afinal, como deixar de repercutir a movimentação política de algumas figuras nascidas e vividas em Alagoas, tais como:
Arthur Lira, presidente pela segunda vez da Câmara dos Deputados e o terceiro na linha sucessória da Presidência da República;
Renan Calheiros, senador por quatro mandatos, ex-presidente do Senado por três vezes e figura expressiva do MDB em nível nacional;
Renan Calheiros Filho, senador licenciado para ser Ministro dos Transportes e pessoa de fácil acesso ao presidente Lula;
Rodrigo Cunha, vice-presidente do Senado, presidente de comissões importantes na casa, relator de matérias relevantes e autor de projetos de repercussão.
Nesse contexto, não há como deixar de repercutir as questões desses cidadãos que, direta ou indiretamente, têm a ver com o processo sucessório para a prefeitura da cidade que é, inegavelmente, um dos principais destinos turísticos do Brasil.
A nacionalização do que ocorre por essas bandas é, decerto, inevitável.