Revoltado por não ter sido designado relator da CPI criada pelo Senado a seu pedido, para apurar responsabilidades do chamado Caso Braskem, Renan Calheiros (MDB/AL) esperneou, acusou colegas senadores de boicotá-lo e responsabilizou o governo Lula (PT) – do qual faz parte, através do ministro Renan Filho – de contribuir para o insucesso da sua pretensão.
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Ainda por cima incorporou o termo renúncia à sua vitoriosa carreira política.
Ao longo de 45 anos de atividade nesse ramo – foi deputado estadual, deputado federal e está exercendo seu quarto mandato de senador – por motivos diversos Renan já renunciou, pelo que se sabe, aos cargos de Secretário da Educação de Alagoas, presidente do Senado, candidato a presidente do Senado e, agora, à participação como membro da CPI da Braskem.
Desta vez sucumbiu ao governo federal, que não tem interesse nenhum no sucesso da CPI (a Petrobras tem participação acionária na Braskem), e, em termos de política alagoana, às pretensões de três dos seu principais adversários: senador Rodrigo Cunha (Podemos), deputado federal Arthur Lira (PP) e prefeito João Henrique Caldas (PL).
O senador Rodrigo Cunha, que trabalhou abertamente para Renan não ser relator da CPI, foi sucinto e irônico ao comentar a decisão de Omar Aziz (PSD/AM), presidente da comissão, que fez outra opção pela relatoria:
“A escolha do senador Rogério Carvalho como relator da CPI da Braskem é bem-vinda e acertada para os trabalhos dessa importante comissão. Não há espaço na relatoria para quem deve ser investigado. Ainda bem que superamos essa questão, como eu sempre alertei.”
Ao perder um palanque essencial para sua reeleição em 2026, resta a Renan Calheiros juntar os cacos e refazer sua estratégia.
O analista político resumiu a situação do senador de Murici:
“Renan Calheiros virou político de baixo clero no Congresso Nacional. Perdeu a relatoria da CPI da Braskem e perdeu o poder que tinha. Só vai ter valor na província de Alagoas. Começou seu declínio politico.”
Sem dúvidas, apesar de o MDB que preside ter o controle de quase 70% das prefeituras alagoanas, Renan passa por um dos seus momentos mais incertos na politica.
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