86% dos desempregados aceitariam ganhar menos em novo trabalho

Publicado em 13/09/2018, às 22h02
No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego foi de 12,4% no país, atingindo 12,9 milhões de pessoas | Cris Faga/Fox Press Photo/Folhapress
No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego foi de 12,4% no país, atingindo 12,9 milhões de pessoas | Cris Faga/Fox Press Photo/Folhapress

Por VEJA.com

A redução do otimismo com o mercado de trabalho ampliou o porcentual de desempregados que aceitariam ganhar menos em um novo trabalho. A taxa passou para 86%, segundo levantamento divulgado hoje pela Robert Half, empresa de recrutamento e seleção. No levantamento anterior, divulgado em abril, 70% responderam que aceitariam um salário inferior para voltar a trabalhar.

“Neste grupo de profissionais há os que estão vendo as reservas financeiras se esgotarem e precisam retornar ao mercado de trabalho com urgência. Mas também vejo outros que entendem que o momento atual é de estabilidade e são raras as propostas com pacotes de remuneração agressivos”, afirma Maria Sartori, gerente sênior de recrutamento da Robert Half.

Esse movimento acontece em meio à redução do otimismo em relação ao mercado de trabalho atual, que caiu de de 30,9 pontos em abril para 28,8 pontos em julho de 2018. O otimismo em relação ao mercado futuro também caiu, passando de 50,2 pontos para 47,1 pontos no mesmo período.

Entre o público com 25 anos de idade ou mais e formação superior completa, apenas 7% estão muito confiantes sobre as chances de se recolocar no mercado nos próximos seis meses.

A percepção negativa do mercado e a aceitação de salários menores está em linha com a altíssima taxa de desemprego. No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego ficou em 12,4% no país, atingindo 12,9 milhões de pessoas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad), do IBGE.

O número de desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego – voltou a bater recorde, atingindo 4,818 milhões de brasileiros. Essa parcela da população teve um aumento de 17,8% em um ano.

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