Contextualizando

CSA dá mais um exemplo de que mistura de política, vaidade e futebol nem sempre gera bons resultados

Em 16 de Março de 2024 às 07:45

Ao anunciar sua renúncia à presidência do CSA, o empresário Rafael Tenório deixou transparecer um sentimento de mágoa pelas circunstâncias que levaram à sua saída do clube.

Bem sucedido na iniciativa privada, Rafael levou para o CSA boa parte da equipe administrativa das suas empresas, proporcionando ao clube a experiência de uma gestão de sucesso, e se deu bem.

Sob seu comando, o CSA saiu do desconforto da Série D do Campeonato Brasileiro em 2015 para, seguidamente, chegar às Séries C e B, alcançando o ápice ao conseguir o almejado acesso à Série A, elite do futebol brasileiro.

Conquistou também os títulos estaduais de 2018, 2019 e 2021 e, em 2017 o Campeonato Brasileiro da Série C em 2017.

Mas nem tudo são flores, também no futebol.

A empolgação com os resultados fez Rafael Tenório ingressar na política, em 2018, candidatando-se como primeiro suplente do senador Renan Calheiros (MDB). Chegou a exercer mandato de senador por quatro meses, numa licença do titular, e, tomando gosto, no ano passado cogitou disputar o cargo de prefeito de Rio Largo.

Tal ideia parece afastada, até porque o clube teve de se mudar do Mutange para investir num centro de treinamento exatamente em Rio Largo, projeto ainda não consolidado e que gerou uma situação complicada, agravada pela renúncia do então presidente Omar Coelho, que pouco tempo depois veio a falecer.

Segundo amigos de Omar, seu quadro de saúde se agravou por divergências com Rafael, que o lançou candidato a presidente do CSA e teria passado a lhe fazer oposição com manobras de bastidores.

A situação ficou insustentável, administrativamente, e em campo o clube, hoje na Série C o Brasileiro, amargou neste ano mais uma eliminação precoce no Campeonato Alagoano.

Na sua trajetória no CSA, Rafael Tenório foi do céu ao inferno, da glória à agonia, da bonança à tempestade.

É mais um a sentir na prática que a mistura de futebol, vaidade, política e poder nem sempre produz bons resultados – no campo ou fora dele.

O próprio CSA já passou por isso em outras oportunidades e certamente, com o apoio da sua apaixonada torcida, irá reencontrar os seus melhores dias.

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