5 competências para avaliar na sua redação do Enem

Publicado em 09/12/2024, às 11h00
Autoavaliar a redação do Enem é um passo importante para aperfeiçoar suas habilidades (Imagem: fizkes | Shutterstock)
Autoavaliar a redação do Enem é um passo importante para aperfeiçoar suas habilidades (Imagem: fizkes | Shutterstock)

Por Redação EdiCase

Conquistar uma boa pontuação na redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é o sonho de muitos estudantes que desejam garantir uma vaga na universidade dos sonhos. Nesse contexto, saber avaliar a própria redação é uma habilidade que pode transformar o desempenho na prova.

Identificar erros, melhorar argumentos e estruturar ideias com clareza são etapas fundamentais para quem busca uma nota alta na prova. Nesse cenário, com algumas orientações simples, é possível treinar a autocrítica e aumentar as chances de alcançar um texto nota máxima.

Aspectos importantes a considerar

Construir um texto dissertativo-argumentativo, com uma a linha de raciocínio que convença o leitor, composta por introdução com tese explícita, desenvolvimento e conclusão com proposta de intervenção, é crucial.  

Outro ponto importante é que o estudante utilize no conteúdo um repertório sociocultural, além dos textos motivadores com uso produtivo. Para isso, Giovanna Vecchi, auxiliar pedagógica da plataforma Redação Nota 1000, explica que, ao utilizar uma coletânea externa e pertinente ao tema abordado, o aluno demonstra conhecimento e revela sua capacidade de relacionar informações e trabalhá-las em defesa de seu ponto de vista. “O uso produtivo do repertório sociocultural enriquecerá a argumentação, trazendo maior autoridade a ela e, consequentemente, garantindo mais pontos na avaliação”, ressalta. 

Ademais, a matriz referencial de avaliação e pontuação da redação do Enem é baseada em cinco competências, que avaliam diferentes aspectos do texto escrito. Para relembrar os estudantes, Giovanna Vecchi lista os cinco quesitos avaliados e como identificá-los em sua própria produção textual no Enem. Veja abaixo! 

1. Competência 1 – língua portuguesa 

O aluno deve ter escrito na norma-padrão da língua. Para ajudar na autoavaliação, o estudante pode digitar seu texto em alguma ferramenta de edição de textos para identificar possíveis desvios cometidos. Aconselha-se evitar os parágrafos frasais, pois se espera que o aluno elabore os parágrafos por meio da subordinação de períodos dentro deles.

2. Competência 2 – abordagem/gênero 

É necessário fazer menção às palavras-chave da frase temática ou equivalentes a elas. Quanto ao gênero, o Enem exige uma redação dissertativa-argumentativa, a qual é composta por introdução, desenvolvimento e conclusão.

3. Competência 3 – defesa/coerência 

O aluno deve expor e desenvolver seus argumentos para convencer o leitor a respeito do ponto de vista defendido. Eles devem estar organizados e desenvolvidos. Para uma boa argumentação, Giovanna Vecchi propõe três princípios básicos: direcionalidade, complementaridade e remissividade. Isto é, o texto deve seguir um raciocínio lógico, conduzindo o leitor até a conclusão (direcionalidade).

Além disso, as informações devem estar bem relacionadas entre si, de modo que uma complemente a outra, e ser relevantes para o embasamento da sua opinião (complementaridade). Por fim, é preciso manter a coesão do texto por meio da retomada das ideias apresentadas (remissividade). 

É recomendável que o aluno releia o texto para verificar se o recorte temático é mantido ao longo de toda a produção e se os argumentos estão de acordo com a proposta e bem-organizados. É essencial também que o estudante se certifique de que não há lacunas argumentativas. Se existir alguma ideia vaga, significa que é preciso complementá-la. A redação deve conter informações relevantes e relacionadas entre si para que, assim, a persuasão seja garantida. 

Jovem estudando e escrevendo concentrada
Utilizar corretamente os conectivos é imprescindível para uma boa nota na competência 4 (Imagem: Antonio Guillem | Shutterstock)

4. Competência 4 – coesão e articulação 

Avalia-se o conhecimento do aluno em relação aos elementos coesivos e sua articulação de ideias. Para uma autoavaliação, o candidato pode se perguntar:  

  1. Há operadores argumentativos no início dos parágrafos? 
  2. Usei adequadamente conectivos entre as sentenças de um mesmo parágrafo? 
  3. Repeti várias vezes a mesma palavra ou consegui variar o vocabulário? 

5. Competência 5 – proposta de intervenção 

De acordo com as premissas do Enem, para uma proposta de intervenção completa, é preciso mencionar cinco elementos: agente, ação, modo/meio, efeito e detalhamento. Cada ausência resulta no desconto de pontos.      

Erros a serem evitados

Existem alguns erros comuns que podem ser evitados na produção da redação para reduzir as chances de perder pontos na avaliação. Por isso, a auxiliar da Redação Nota 1000 destaca dois erros “clássicos” e como identificá-los para não os cometer:  

  1. Uso de repertórios que não fazem parte da vivência do aluno: isso dificulta a construção da produtividade do repertório utilizado, visto que, se o aluno não o domina, torna-se muito mais complexo relacioná-lo ao tema e desenvolvê-lo; 
  2. A ideia de que é preciso escrever de maneira rebuscada: a grade do Enem exige a escrita na modalidade formal da língua portuguesa e, por conta disso, alguns estudantes tentam utilizar termos rebuscados, cujo real significado sequer conhecem e que podem não ter sentido no texto, gerando incoerências e comprometendo a interpretação.   

Por fim, embora modelos de redação prontos pareçam ser a solução para conquistar notas elevadas, na realidade, eles podem ser o que leva à perda de pontos. Isso porque, muitas vezes, candidatos seguem padrões e utilizam repertórios e argumentos genéricos que não condizem com o tema da proposta dada. Sendo assim, ler e praticar a escrita tornará o aluno apto a adotar um posicionamento consistente diante de um determinado tema. 

Por Laura Ragazzi

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