"Viúva" de Zinho fala em fraude na transferência de restos mortais

Publicado em 30/11/2015, às 17h05
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Redação

Viúva de Zinho quer restos mortais do forrozeiro de volta ao Rio de Janeiro (Crédito: TNH1)

A mulher que se diz viúva de Erivan Alves de Almeida, o "Mestre Zinho", Margot Casas, denunciou na tarde desta segunda-feira, 30, que não autorizou a liberação dos restos mortais do forrozeiro para Maceió. Ela disse que ficou sabendo da transferência por meio de uma reportagem do TNH1 e que vai entrar com um processo judicial para reverter a mudança.

Autor de sucessos como "Documento na mão", Mestre Zinho é natural do município de Rio Largo e faleceu em janeiro de 2010, devido a um câncer de próstata. Ele foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro - RJ.

No último sábado, 28, os restos mortais do músico foram transferidos para o cemitério Nossa Senhora da Piedade, no bairro do Prado, e recepcionado por forrozeiros de várias partes de Alagoas.

Margot Casas convivia há 15 anos com o forrozeiro e oficializou a união em 2007. Ela disse que não foi avisada sobre a transferência e que tudo foi uma surpresa. “Eu jamais autorizaria a transferência, pois esse foi o último pedido que ele me fez. Que eu nunca permitisse que ele retornasse a Maceió, nem vivo nem morto”, disse.

Ela acusa o Cemitério São João Batista de ter vendido a transferência dos restos mortais, quando ainda era gerido pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. “Não me incomodo que o corpo tenha ido para Maceió, mas sim da forma como foi feita, fraudulenta e sem o meu consentimento”.

“Eu já entrei em contato com o Cemitério Senhora da Piedade e eles me informaram que é para entrar em contato com a SMCCU (Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano)”, disse.

Recepção em Maceió

Margot Casas criticou a recepção organizada pelos filhos, em Maceió. “O que mais me deixou indignada é que os filhos que sempre desprezaram o pai se esqueceram de chamar as pessoas que sempre apoiaram Zinho durante o seu sofrimento. Esqueceram de chamar Eudes Tenório, Edivaldo Nogueira e o radialista Gilson Vieira. Esses que sempre ligavam e me ajudaram durante o nosso sofrimento”.

Direitos autorais

Outra denuncia feita por Margot foi que a família alagoana do compositor teria ido à sede da União Brasileira de Compositores (UBC), no Rio de Janeiro, poucos dias após a morte do artista para sacar os rendimentos de direitos autorais.

“Apenas cinco dias depois da morte do Zinho, eu recebi a ligação da diretoria da UBC dizendo que uma mulher, se dizendo esposa dele, tentou sacar os direitos autorais. Como eles desconfiaram não permitiram, pois era eu quem sempre ia sacar o dinheiro, quando ele adoeceu”, disse Margot.

Segundo a viúva, a busca por reaver os restos mortais do compositor não deve se misturar com a questão dos direitos autorais, mas sim do reconhecimento do sofrimento que o artista passou e ela acompanhou.

“Quando Zinho morreu eu fiquei com uma dívida de 40 mil. Eu me endividei de todas as formas para garantir o tratamento, só um remédio custava cinco mil. Dos direitos autorais eu abro mão, eu não posso querer algo que não ajudei a construir, só não aceito a falta de reconhecimento por parte dos filhos deles”, desabafou.

O outro lado

Em contato com a reportagem do TNH1, José Luciano Padilha Almeida, filho de Mestre Zinho, que conseguiu trazer os restos mortais para Maceió, disse que Margot Casas não foi casada com o músico e que tem “feito um alvoroço para se aproveitar financeiramente” e que “a transferência foi realizada de forma legal”.

“Eu posso provar que ela nunca foi casada com ele. Nós temos todos os documentos que prova que temos direitos, somos os únicos filhos dele [Zinho]. Ela foi apenas mais uma das amantes do meu pai”, disse o filho do cantor.

De acordo com Luciano, a família alagoana soube por um amigo de São Paulo que o cemitério iria descartar o corpo do pai. “Nós soubemos, em 2013, por um amigo, que estava fazendo uma pesquisa no cemitério, que ela [Margot] deixou de pagar as mensalidades do cemitério São João Batista e iniciamos de forma legal a transferência, pois temos esse direito”, concluiu.

*Sob supervisão da editoria


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