Redação
Um escritor, um dicionarista e um ator. Graciliano Ramos, Aurélio Buarque e Paulo Gracindo. Agora, a orla de Maceió ostenta três estátuas de bronze, em tamanho real e com direito a traços bem particulares colhidos a partir de fotografias e relatos de familiares, que homenageiam grandes alagoanos.
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Foi assim que o escultor Léo Santana buscou reproduzir a imagem do eterno Odorico Paraguaçu, personagem da novela O Bem Amado, exibida pela rede Globo em 1973 e lembrada até hoje.
A estátua, inaugurada na manhã desta sexta-feira (14), fica na praia de Pajuçara, onde o ator morou com a família durante os primeiros 20 anos de sua vida, como contou o documentário “Paulo Gracindo – O Bem Amado”, exibido ontem no Centro Cultural Arte Pajuçara.
Para o filho dele, o também ator Gracindo Júnior, a iniciativa da Prefeitura de Maceió é a “maior homenagem que um artista poderia receber”. “Ele ter nascido no Rio de Janeiro foi uma coisa circunstancial. Por acaso, ele foi com minha avó, ainda na barriga, nasceu lá, e veio para cá, onde morou, onde aprendeu tudo. Quando se fala de Paulo Gracindo, foi aqui que ele morou, e é aqui que ele vai ser homenageado”, declarou ao TNH1.
Além de Gracindo, as filhas Lucinda e Teresa Cristina prestigiaram a inauguração da estátua e se emocionaram ao “rever” o pai, lado a lado, em solenidade com a presença do prefeito Rui Palmeira, a primeira-dama Tatiana Palmeira, o vice-prefeito Marcelo Palmeira, e secretários municipais.
“O trabalho do Léo Santana é um trabalho lindo, incrível, uma divulgação para o Brasil inteiro”, ressaltou Gracindo.
Quatro meses de pesquisa e construção, e nasce a obra em argila e bronze
O escultor Léo Santana conta que levou quatro meses para iniciar e finalizar a estátua. Ele explica que estudou os traços do ator a partir de fotografias e também buscou conhecer mais sobre a vida dele. “Além de fazer pesquisa de fotografias, procuro conhecer quem estou retratando, qual a obra, algo sobre seus familiares, junto tudo isso e passo para o trabalho”, revela.
A estátua é feita inicialmente em argila, no tamanho natural, e depois coberta com o bronze. “Foi um prazer enorme. Teve uma dificuldade, normal, mas é uma delícia. O Paulo Gracindo é uma extensão da nossa cultura”, diz.
Alagoano, sim senhor!
“Quem não sabia que ele era de Alagoas, sempre que passar por aqui, vai ficar sabendo que Paulo, de tantos e grandes personagens, era alagoano legítimo”, afirmou o prefeito Rui Palmeira, durante a apresentação da homenagem a Paulo Gracindo, nesta manhã.
Ele conta que assistiu ao documentário sobre a vida do ator, na noite de ontem, e diz que o filme revela o sentimento de ser alagoano que Gracindo tinha “correndo nas veias”. “No documentário, quando se pergunta o prato favorito, ele responde na bucha: sururu”, lembra.
Para o prefeito, as homenagens aos alagoanos de sucesso são uma forma de elevar a autoestima da população e de lembrar as pessoas que saíram do estado para buscar o sucesso. Além de Graciliano, Aurélio e Gracindo, que ganharam estátuas, e Pontes de Miranda, que deu nome a uma avenida em Cruz das Almas, há uma “fila extensa” de alagoanos esperando homenagens. “Grandes atores, atletas, escritores, que nunca perderam o vínculo com a nossa terra”, afirma.
O secretário de Saúde, José Thomaz Nonô também marcou presença no evento, que de acordo com ele, é de extrema importância para a disseminação da cultura local. Nonô brincou dizendo que sentiu falta do chapéu na estátua, uma das características principais de personagem icônico Odorico Paraguaçu.
“Alagoas é uma fonte inesgotável de cultura. Eventos como esse têm que acontecer sempre", defende.
*Estagiário sob supervisão
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