Vereador em AL 'desaparece' a caminho de delegacia após denúncia de violência doméstica; ele nega agressão

Publicado em 27/05/2024, às 11h25
Caso mobilizou policiais; vereador diz que não houve agressão | Foto: Agência Brasil -

João Victor Souza

A denúncia de violência doméstica envolvendo um vereador por Joaquim Gomes, município a 63 quilômetros de Maceió, mobilizou policiais militares nesse fim de semana. A versão dada pela esposa do político, que teria sido vítima de agressão, levou a polícia até a localização dele, em um posto de gasolina, porém da abordagem até a formalização do ocorrido em delegacia, a história rendeu novas denúncias, "desaparecimento" do vereador e desistência de queixa da denunciante.

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Segundo a Polícia Militar, o vereador Cicero Companheiro foi encontrado acompanhado do advogado, o também vereador Ednaldo Antônio, e de uma terceira pessoa, amiga deles e testemunha da briga do casal. Durante a conversa com os militares, o político teria se comprometido em comparecer na delegacia, mas pedido para se deslocar em carro particular para não chamar a atenção na cidade. No trajeto, porém, houve mudança nos planos de Companheiro e, de acordo com a polícia, ele fugiu do flagrante.

A defesa do vereador explicou que ele preferiu se apresentar na próxima terça-feira (28). Além disso, ela destacou que houve insatisfação com a abordagem "truculenta" dos agentes de segurança. O vereador negou as agressões e afirmou que o desentendimento do casal foi resolvido.

Veja o que disse a Polícia Militar:

Vereador nega agressão

Em contato com o TNH1, na manhã desta segunda-feira (27), o advogado Ednaldo Antônio confirmou a versão dada pela PM e deu mais detalhes sobre o aconteceu na visão da defesa e do vereador denunciado. Cícero Companheiro negou a violência doméstica.

"O vereador alegou que não agrediu e foi orientado por mim para que não chegasse mais perto da suposta vítima, e que evitasse ao máximo voltar ao local para evitar o flagrante. A testemunha dele disse também que ele não praticou agressão, até porque ela não estava com um arranhão sequer. Também há alegação de que ela, com raiva, porque eles estavam discutindo o divórcio, teria quebrado as coisas dentro de casa. Então a agressão foi por parte dela e não dele. Ele está com o pescoço e o braço arranhado", disse.

"No momento da nossa conversa, duas viaturas da Polícia Militar chegaram de forma truculenta. Nós nos identificamos, e eles em momento algum nos respeitaram. Eles gritaram, de forma bem arrogante, e eu tentei mostrar para ele que naquele momento não havia atitude suspeita", continuou o advogado.

Sobre a fuga do flagrante, o advogado afirmou que a desistência do vereador em comparecer na delegacia aconteceu por opção dele, que preferiu se apresentar na terça-feira seguinte. "Acalmados os ânimos, foi pedido para ele ser encaminhado à delegacia de Matriz. Mas, eu, conversando com o sargento e o tenente, tive a autorização para ele fosse levado em carro particular. Eles foram na frente e a gente atrás. Durante o trajeto, o meu cliente me consultou sobre as possibilidades lá na delegacia, do que poderia acontecer, e expliquei sobre a Lei Maria da Penha. Ele decidiu querer se apresentar depois, e foi assim que fizemos. Entrei em contato com o delegado e disse que ele ia se apresentar na terça-feira, e por parte dele, foi tudo tranquilo. E depois comuniquei para a equipe que fez a abordagem". 

Ainda para a reportagem, o advogado afirmou que, sobre a apresentação voluntária, não recebeu comunicação da polícia acerca do procedimento. O TNH1 também tentou contato com o vereador Cícero Companheiro pelo Instagram e pelo WhatsApp para saber se ele vai querer se posicionar, porém até a publicação da matéria não obteve resposta.

A reportagem não conseguiu contato com a esposa do vereador, que denunciou o caso, e deixa o espaço aberto para manifestação dela.

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