Camilla Bibiano*
As investigações da operação Fruto Proibido, realizada nesta terça-feira (09), em Maceió, apontam um prejuízo de mais de 10 milhões de reais aos cofres públicos somente com a sonegação de impostos das notas fiscais dos produtos apreendidos, a maioria, aparelhos de celular Iphone.
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Segundo o promotor Kleber Valadares, do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE-AL), os empresários traziam os aparelhos de fora do país, passando por vários estados até chegar a Alagoas. Com isso, as notas não eram vistoriadas e o Imposto Sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) não era recolhido.
“Por conta desta sonegação, que afeta vários âmbitos como hospitais, escolas e segurança pública, o MP desencadeou a operação visando ressarcir os cofres públicos”, explicou o promotor.
O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf), do MPE, Cyro Blatter, informou que uma nova fase da operação será iniciada, e está sendo investigado também se houve algum tipo de facilitação para a entrada desses aparelhos e comercialização na internet com preços fora do normal. Corrupção de agente público, lavagem de dinheiro, falsidades e outros crimes são investigados.
O promotor Kleber Valadares ainda relatou que os aparelhos eram vendidos e transportados pelo Correios para todo o Brasil, mesmo com as notas sendo de outros produtos. Centenas deles já foram apreendidos pelo Ministério Público.
No esquema, vários empresários estão envolvidos, mas ainda não há um detalhamento da participação de cada um deles. Segundo o promotor, o MP está evitando divulgar os nomes para não atrapalhar o andamento das investigações.
“São vários empresários e há uma separação entres os cabeças. Por hora, não estamos repassando mais informações sobre eles porque estamos colhendo mais informes para alcançar a abrangência toda da organização criminosa. Alguns deles praticam essa atividade há mais de 15 anos”, disse o promotor.
Até o momento a operação já emitiu 332 mandados de busca e apreensão de 18 mandados de prisão em Alagoas e em mais dois estados. Dois deles ainda estão foragidos.
*Estagiária sob supervisão da editoria
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