Redação EdiCase
O uso de aplicativos de conversa e redes sociais vem aumentando no Brasil. Conforme a pesquisa “Digital 2024: Brazil”, feita pela DataReportal, o país ocupa a segunda posição mundial em tempo dedicado às redes sociais, atrás das Filipinas.
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Além disso, segundo o levantamento “Social Media Trends 2025”, da Hootsuite, os brasileiros ficam quase 4 horas por dia conectados, acima da média global de 2h30 por dia. Para 64,8% das pessoas, o principal motivo para usar as redes sociais é manter contato com amigos e familiares, 57,2% das pessoas leem notícias, enquanto 46,5% pesquisam produtos.
Todavia, estar entre os líderes mundiais em acesso às redes sociais não chega a ser motivo de comemoração. Segundo o psicólogo Guilherme Alcântara Ramos, mestre em Análise do Comportamento, o uso excessivo de aplicativos de mensagens e redes sociais pode trazer prejuízos à saúde física e mental.
“Estar todo o tempo conectado causa ansiedade, estresse e sobrecarga mental, especialmente pela necessidade de responder rapidamente às mensagens. Fisicamente, esse hábito leva a problemas posturais, reduz o tempo dedicado a atividades físicas e ao lazer, compromete a qualidade de vida e afeta a saúde física e mental”, alerta o professor do curso de Psicologia do UniCuritiba – instituição da Ânima Educação.
A popularização dos aplicativos de mensagens se deve à facilidade de comunicação, aponta o especialista. “O problema é que as notificações constantes criam a sensação de que precisamos responder tudo imediatamente para não ficar de fora das conversas.”
As redes sociais caíram nas graças de brasileiros de todas as faixas etárias, mas os adolescentes e jovens são os mais vulneráveis aos riscos do uso excessivo e inadequado das telas. Segundo Guilherme Alcântara Ramos, como estão em fase de desenvolvimento da personalidade, esses indivíduos têm suas habilidades sociais e relacionais prejudicadas pelo uso intenso de tecnologias.
Já os adultos e idosos têm outros problemas quando não estabelecem limites claros para as interações online, como o alto nível de estresse e a sobrecarga mental. “No caso dos idosos, menos familiarizados com as tecnologias, há também o risco aumentado de cair em golpes ou fake news“, diz o professor.
Para equilibrar o tempo de conexão e desacelerar em 2025, o psicólogo Guilherme Alcântara Ramos defende o uso racional dos aplicativos de mensagens e das redes sociais. Entre as dicas, estão a limitação do tempo diário de uso da internet, silenciamento das notificações em momentos específicos, tempo para atividade física e de lazer, prática da comunicação face a face e restrições ao uso de aplicativos como a única forma de interação social.
No caso de relações comerciais e envio abusivo de mensagens, o especialista sugere algumas estratégias. “O abuso no envio de mensagens pode ser percebido quando há interferência nas atividades diárias, aumento do estresse ou ansiedade, e quando a comunicação se torna exagerada ou invasiva.”
O professor do curso de Psicologia do UniCuritiba ensina que, para manter a privacidade sem ser ofensivo, é fundamental estabelecer limites claros e se posicionar de forma educada e assertiva. “Informe que prefere não receber mensagens não solicitadas e sugira canais de comunicação mais apropriados. Utilize respostas automáticas, se necessário, e seja claro sobre a forma como irá lidar com a comunicação e as mensagens. Isso evita que a outra parte crie expectativas que não serão atendidas, o que pode impactar negativamente na relação”, finaliza Guilherme.
Por Marlise Groth
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