Laleska Diniz
Conforto, praticidade e circulação são algumas das palavras-chave que resumem a integração de ambientes. Essa é uma técnica muito utilizada em projetos arquitetônicos para unir dois ou mais ambientes em um mesmo espaço sem a necessidade de paredes para delimitar os cômodos.
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“Essa técnica vem do contexto dos lofts, que entraram no gosto da população pela eficiência do espaço, e agora é muito procurado em qualquer reforma de apartamento, casa e até mesmo corporativo”, acrescenta Pietro Di Folco Penchiari, arquiteto e sócio-fundador da StudioAdi.
Esse conceito proporciona aos moradores, seja da casa ou apartamento, mais proximidade física, uma vez que remove paredes e outras barreiras de áreas de convívio. Além disso, também torna os ambientes mais amplos, fluidos e aconchegantes, melhora a circulação do ar, favorece a iluminação natural, oferece mais praticidade para atividades rotineiras e beneficia a movimentação pelos espaços.
A característica mais marcante de um ambiente integrado é exatamente a ausência de divisões e barreiras que delimitam os cômodos. “O particionamento dos ambientes é menor do que de uma residência convencional ou quase não existe, e os ambientes se misturam”, aponta Francesco Torrisi, arquiteto urbanista e sócio-diretor da Átomo Arquitetura.
Essa é uma técnica que pode ser aplicada aos mais diferentes tipos de espaços de uma casa ou apartamento. É possível unir, por exemplo, o quarto com o escritório ou, até mesmo, a sala de estar com a sacada. No entanto, os ambientes que mais costumam ser integrados são cozinha e sala de estar e/ou jantar.
“Historicamente, no Brasil, a cozinha sempre foi um ponto de reunião de familiares e visitas, a reunião em torno da refeição. Com o tempo, a TV se tornou outro ponto focal das relações em uma residência. Então, é natural a junção desses espaços, permitindo a união dessas duas fontes de lazer”, conta Francesco Torrisi.
É totalmente possível ter ambientes integrados e garantir, ao mesmo tempo, a privacidade das pessoas que moram naquele espaço. Para isso, conforme explica Pietro Di Folco Penchiari, é preciso que o projeto arquitetônico tenha bem definido as necessidades dos moradores.
“Para garantir certa privacidade na integração, sugerimos divisórias leves retráteis que permitem abertura ou fechamento conforme necessidade do uso”, recomendam as arquitetas Bianca Tedesco e Viviane Sakumoto. Dessa maneira, dá para apostar no uso de biombos, porta de correr ou articulada, painel vazado ou cobogós.
Apesar de esse ser um conceito que unifica espaços, excluindo as barreiras físicas, é importante garantir o entendimento da separação de cada ambiente. Segundo o arquiteto Francesco Torrisi, a decoração e os revestimentos costumam ser os elementos mais utilizados para criar espaços bem demarcados.
“Por exemplo, podemos usar tapetes para marcar a delimitação de uma sala de estar ou de uma de sala de jantar, usar uma cor forte ou revestimento para marcar uma bancada home office que está na sala, pisos diferentes entre os ambientes”, lista.
Para as arquitetas Bianca Tedesco e Viviane Sakumoto, também é possível apostar em soluções como “balcões, divisórias vazadas, portas articuladas ou de correr, desníveis no piso (degrau) e até mesmo móveis fazendo a setorização dos espaços”.
Para evitar que um espaço não interfira ou atrapalhe as funções de outro, é preciso setorizar corretamente os ambientes. “O projeto precisa ser bem definido, para que não ocorram casos como um sofá em frente a um fogão, ou uma geladeira que abre para uma TV. Cada espaço precisa ter começo e fim, separados por revestimentos ou mobiliários”, ressalta o arquiteto Pietro Di Folco Penchiari.
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