Gilson Monteiro
A festa ilegal no litoral norte de Alagoas com centenas de pessoas fazendo uma grande "farra" em pleno santuário de peixes-boi ganhou repercussão nacional. Entidades como o Instituto Biota e o Bioma Brasil se manifestaram sobre as cenas absurdas gravadas em vídeos (veja no final da matéria), que mostram uma multidão numa praia em Passo de Camaragibe, área incluída na APA Costa dos Corais, maior unidade de conservação marinha do Brasil.
LEIA TAMBÉM
O Instituto BiomaBrasil (IBB), que há mais de duas décadas desenvolve ações de ensino e pesquisa voltadas à conservação da vida marinha, classifica o evento ilegal como "vandalismo e crime ambiental na APA Costa dos Corais". "Recebemos esse vídeo denúncia pelo grupo de conselheiros da APACC, de uma festa nas piscinas da Praia do Marceneiro, Rota Ecológica em Passo de Camaragibe (AL). Sem nenhum controle e desrespeitando o Plano de Manejo, recentemente aprovado, turistas realizam festa sobre as piscinas naturais da maior área costeiro-marinha protegida do Brasil, gerida pelo @icmbio_costadoscorais . Esta mesma área abriga a população de peixes-bois nativos e reintroduzidos, além de espécies de corais e peixes ameaçados de extinção", diz o texto postado no perfil da entidade no Instagram.
Veja as imagens da festa.
Biota pede punição para responsáveis - O Instituto Biota, de Alagoas, que tem representação na APA Costa dos Corais, pediu responsabilização pelos danos ao meio ambiente causados pela festa em Marceneiro. Bruno Stefanis, conselheiro, presidente da ONG, diz que várias regras foram quebradas e que são muitos os responsáveis pelo crime ambiental registrados em vídeos que circularam na internet.
"Foi uma festa náutica com centenas de pessoas dentro d'água, isso quebrando várias regras que estão escritas e publicadas tanto no plano de uso público na APA dos Corais como no Plano de Manejo, dois documentos que regram o uso desse território. Então são centenas de pessoas descumprindo regras, são vários atores envolvidos, desde os transportadores, os jangadeiros, à organização. Então são várias regras sendo quebradas, causando danos ao ambiente e isso nos preocupa. As pessoas mesmo produzem provas contra elas registrando esses eventos. A gente exige que tanto a Prefeitura quanto os órgãos ambientais do nosso estado e federais tomem as providências para que os organizadores respondam por esse ato", disse o biólogo. Assista:
LEIA MAIS