'Vai dar um soco nela': relembre áudios grampeados de Robinho, que será julgado pelo STJ nesta quarta (20)
Publicado em 20/03/2024, às 09h44
Uol
(*) Nota da edição: Este conteúdo é impróprio para pessoas com menos de 18 anos, reproduz termos chulos e depreciativos usados em um contexto de violência sexual contra a mulher e pode servir como gatilho.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai começar a decidir hoje (20) se homologa ou não a pena de nove anos de prisão imposta a Robinho pela Justiça da Itália, onde o ex-jogador foi condenado em todas as instâncias por violência sexual.
O julgamento será sobre a possibilidade de Robinho cumprir a pena no Brasil. A Justiça Italiana solicitou a transferência da pena, já que o Brasil não extradita seus cidadãos.
Em 2023, o UOL lançou o podcast UOL Esporte Histórias - Os grampos de Robinho. A série mostra, com exclusividade, conversas gravadas pela polícia italiana durante a investigação sobre o caso envolvendo o ex-jogador e seus amigos;
As gravações das conversas de Robinho foram autorizadas pela Justiça italiana a pedido do Ministério Público. Os áudios foram anexados ao processo, ao qual o UOL teve acesso. Além de monitorar ligações no telefone do ex-jogador, os policiais também instalaram um gravador no carro dele;
Os diálogos ocorreram nos primeiros meses de 2014, quase um ano depois do crime. No total, os arquivos têm 10 horas, 10 minutos e 19 segundos;
As gravações serviram como base para a investigação. Robinho e seu amigo Ricardo Falco foram condenados pelo crime em todas as instâncias da Justiça italiana;
A denúncia constatou que seis homens tiveram algum tipo de relação sexual com a vítima, uma mulher albanesa, que estava sem condições de consentir.
"Ela denunciou geral. Os cara me chamaram pra depor", disse Jairo. Ao ver que o amigo ria, ele reafirmou a gravidade do caso. "Tô falando sério, mané. É sério, velho. Ela deu o nome de todo mundo. Quem tava lá", completou;
"Pau no cu deles. Eles que pegaram a menina. Eu não fiz porra nenhuma, nem conheço." (Robinho, rindo, ao saber da investigação sobre a violência sexual).
Versões combinadas
Mudança de discurso
Nos primeiros diálogos, Robinho afirma que "não tocou" na vítima. "Quem tocou nela está lá no Brasil", diz, se referindo aos amigos que voltaram para casa depois da festa;
"Agora eu vi o Rudney rangando ela e os outros cara rangando ela. Então os caras que rangaram ela vão se foder. Os cara que rangaram vão se foder." (Robinho, em diálogos gravados pela polícia);
Rudney era um dos amigos do ex-jogador e estava comemorando seu aniversário na noite em que o crime ocorreu;
Ao longo do tempo, porém, a versão de Robinho sobre o caso foi mudando. Em outra conversa, Robinho diz que "tentou" fazer sexo com a mulher. Um dos argumentos é de que ele e o amigo Fábio Galan teriam sofrido de disfunção erétil na noite do crime;
"Mas peraí, eu vi que você pôs o pau na boca dela", afirma Jairo. "Isso aí não é transar", responde o ex-jogador;
Mais adiante, Robinho afirma que "comeu" a vítima, mas que a relação foi consensual.
"É, eu comi, pô! Porque ela quis. Aonde eu forcei a mina? Eu comi a mina, ela fez chupeta pra mim e depois saí fora. Os cara continuaram lá." (Robinho, em diálogos gravados pela polícia)
Robinho conhecia a vítima
Medo da repercussão
À medida que a investigação avançava, o ex-jogador começou a demonstrar receio das possíveis consequências do caso. À época, Robinho tentava voltar a jogar pela seleção brasileira;
"Se essa porra sair na imprensa, já era Copa, já era casamento. De novo acusado de estupro. Aí nego vai falar um monte de merda, foder minha imagem, de novo essa merda." (Robinho);
Em 2009, a polícia da Inglaterra começou a investigar uma outra suspeita de estupro envolvendo Robinho, mas o caso foi arquivado. O episódio ocorreu pouco antes do casamento do ex-jogador com Vivian Guglielmetti;
A cerimônia chegou a ser cancelada depois que o caso veio à tona. Porém, com o arquivamento da investigação, Vivian decidiu prosseguir com o casamento.
Destino da vítima
A albanesa vítima o estupro coletivo na Itália tenta seguir sua vida. Ela voltou para a faculdade e se formou em direito.
Agora advogada, a albanesa pretende ajudar outras vítimas de crimes sexuais. Ela não foi identificada no podcast, como forma de ser preservada.
Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa
Política de Privacidade e, ao continuar
navegando, você concorda com essas condições.