Vacinação: MPAL recomenda ao governador e aos prefeitos que monitorem servidores

Publicado em 22/07/2021, às 11h16
-

Ascom MPAL

A Força-Tarefa de Prevenção e Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) expediu recomendação, nesta quinta-feira (21), ao governador Renan Filho e aos prefeitos dos 102 municípios alagoanos para que monitorem todos os servidores públicos civis e militares quanto a imunização desses profissionais, uma vez que eles lidam com um grande público de pessoas. Naqueles casos em que houver recusa de receber a vacina, a orientação da FT é para que cada gestor adote as medidas que entender pertinentes aos casos em apuração.

LEIA TAMBÉM

A recomendação nº 8/2021, assinada pelo procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, e pelos demais integrantes da força-tarefa, foi encaminhada aos chefes dos poderes executivo estadual e municipais de modo que essas autoridades acompanhem de perto o processo de vacinação dos trabalhadores ligados a cada uma das instituições. “A Constituição Federal, em seu artigo 196, estabelece que a saúde é direito de todos e dever do Estado e que esse mesmo direito precisa ser garantido mediante políticas públicas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos. Então, como estamos tratando de profissionais que costumam estar perto da sociedade, os gestores precisam orientá-los e acompanhá-los no sentido de que eles não impliquem em risco para as pessoas as quais devem ser protegidas. É preciso muita responsabilidade nesse momento. A pandemia já matou mais de cinco mil alagoanos e não podemos permitir que o cidadão que está na rua seja um alvo fácil daqueles que ainda estão resistentes a se imunizar”, declarou o chefe do MPAL.

“Destaco ainda que este não é momento de pensarmos em ideologia ou em política. O cenário nacional exige que nos pautemos pelos princípios da prevenção e da precaução, adotando medidas mais protetivas à integridade física e existencial do ser humano”, complementou Márcio Roberto Tenório de Albuquerque.

O que diz a recomendação

No documento, a força-tarefa solicita que “seja monitorada a vacinação de servidores civis e militares e que, em caso da negativa de se receber o imunizante contra a Covid-19, que cada gestor adote as medidas necessárias em desfavor dos profissionais, “assegurando-se o contraditório e a ampla defesa, para averiguar se os mesmos possuem alguma condição pessoal de saúde, devidamente amparada em documento médico, que justifique a sua recusa à vacinação e possibilite-lhe o trabalho remoto, adotando, concomitantemente, posturas de conscientização sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos imunizantes”.

Ao final do procedimento, em caso de recusa injustificada em receber a vacina, o MPAL recomenda que sejam adotadas as providências cabíveis de acordo com posicionamento da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e das procuradorias dos municípios, haja vista a necessidade de que o profissional seja impedido de exercer suas funções por colocar em risco a vida e a saúde de terceiros.

O despacho da PGE nº 355/2021, por exemplo, trata da restrição de acesso de servidores que se recusaram a vacinar. O documento diz que “podem os gestores de órgãos públicos estaduais emitirem ordens no sentido de restringir o ingresso em repartições públicas de funcionários que se opõem à vacinação.

Vacinação compulsória

Ainda no bojo da recomendação, a FT argumenta que, no julgamento das ADIs n.ºs 6586 e 6587, o “Supremo Tribunal Federal estabeleceu que a vacinação compulsória não significa vacinação forçada, por exigir sempre o consentimento do usuário, podendo, contudo, ser implementada por meio de medidas indiretas, as quais compreendem, dentre outras, a restrição ao exercício de certas atividades ou à frequência de determinados lugares, desde que previstas em lei, ou dela decorrentes, e tenham como base evidências científicas e análises estratégicas pertinentes”.

Por fim, o Ministério Público alega que tais medidas devem vir “acompanhadas de ampla informação sobre a eficácia, segurança e contraindicações dos imunizantes” e que elas devem explicar que a vacinação é um ato de respeito a dignidade humana e os direitos fundamentais das pessoas.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Previsão do tempo para segunda-feira em Alagoas é de chuvas intercaladas com sol e temperaturas variadas; veja Conheça os ganhadores do Alagoas dá Sorte deste domingo (12) Sesau orienta como prevenir doenças mais comuns durante verão Governo de Alagoas antecipa pagamento de 13º salário para servidores públicos e pensionistas