"Uma cena de terror", diz homem que perdeu pai e sobrinho em desabamento de apartamentos

Publicado em 11/11/2024, às 09h32
Felipe Silva perdeu o pai e um sobrinho na tragédia que se abateu no Residencial Maceió I - Foto: Reprodução / TV Pajuçara

Eberth Lins com TV Pajuçara

Profundamente abalado, Felipe Vieira da Silva, que perdeu o pai e um sobrinho depois que um prédio desabou no Residencial Maceió, no Cidade Universitária, concedeu entrevista à TV Pajuçara e detalhou a madrugada trágica que terminou com três mortos e feridos.


Felipe é filho de Gilvan da Silva, de 57 anos e tio do menino Thalisson Felipe, de 10 anos. Ele conta que ao ouvir a explosão correu para o apartamento do pai, que fica a vinte metros de onde mora, e ainda o encontrou com vida entre os escombros.


"De começo, achei meu pai batendo os pés, ainda com vida. Aí eu junto a vizinhança tiramos ele dos escombros, mas quando tiramos ele já tinha morrido. Nem tenho palavras para falar da perda tão grande dessas pessoas tão próximas e amadas, como eram meu sobrinho e meu pai", relata.


O senhor Gilvan trabalhava como vendedor ambulante de churros na parte baixa da cidade e percorria, diariamente, 32 km de bicicleta para buscar o sustento diário. "De quatro horas da manhã até oito horas da noite ele estava na luta dele para vender churros. Sempre foi meu herói, um guerreiro, meu espelho e sempre vai ser, independente de onde estiver. Tudo que aprendi, tem um pouquinho do meu pai", disse.


O neto de S. Gilvan, Thalisson, também foi vítima da tragédia. Felipe diz que considerava o sobrinho como se fosse um filho. "Quando eu morava com meu pai e minha mãe, sempre íamos ao cinema, à praia, aos jogos do CSA. O negócio dele era ser jogador de futebol, colocou na cabeça que ia ser jogador do CSA. Não deu tempo, infelizmente", lamentou.


A mãe e outro sobrinho de Felipe também ficaram feridos na explosão seguida do desabamento. Ambos se recuperam no Hospital Geral do Estado (HGE) e não correm risco de morte.


Felipe comentou que pensa em se mudar para se afastar do lugar da tragédia. "É uma cena de terror na minha mente, estou evitando passar na frente de onde moravam minha mãe e meu pai", complementa.


Veja a entrevista completa:

 
 
O caso - A explosão aconteceu por volta das 4h da manhã da quinta-feira (06) e foi seguida por desabamento que deixou três mortos, sendo dois adultos e uma criança de apenas 10 anos, e feridos. 

Toda área em volta do apartamento sentiu o tremor provocado pela explosão e os estragos também foram além. Ao menos oito apartamentos ficaram completamente destruídos, mas a Defesa Civil interditou 20 imóveis no total por questão de segurança.  

Moradores do prédio ficaram soterrados e uma grande operação do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil Municipal foi realizada para socorro das vítimas e isolamento da área de risco, respectivamente.
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