Flávio Gomes de Barros
Costumo dizer, repetindo o que ouvi desde quando passei a acompanhar a conjuntura política, que nesse ramo "o amigo de hoje pode ser o inimigo de amanhã; e vice-versa".
LEIA TAMBÉM
Nesses meus quase 70 de idade e 52 de atividade profissional, sou testemunha de vários casos envolvendo essas situações, com amizades desfeitas e alianças difíceis de imaginar entre tradicionais adversários.
Até lembro de vez em quando de uma frase atribuída a Euclides Mello, que foi vereador, deputado estadual, deputado federal e senador da República: "Em política só não vi boi voar".
E a história se repete constantemente, quase sempre em situações pós-eleitorais, como agora, menos de um mês em que foram empossados vereadores e prefeitos eleitos em 2024.
Nos 102 municípios de Alagoas, os dedos da mão já são suficientes para enumerar os diversos casos de prefeitos que elegeram seu sucessor e já estão em lados opostos, assim como prefeitos brigados com seus respectivos vices e vereadores rompidos politicamente com os prefeitos a quem apoiaram.
Tais situações são diferentes entre si, mas a explicação mais racional que se tem a respeito desses episódios é que o poder enebria, muda a personalidade das pessoas - tanto as que a ele ascendem e as que o perderam.
Nessas horas me lembro sempre de uma questão constamente repetida pelo companheiro radialista em seus programas de rádio e TV: "De que é feito o ser humano?".
LEIA MAIS
O circo acusatório: "Quando a narrativa vale mais que as provas" Denúncia da PGR amplia riscos de prisão de Bolsonaro Cibele Moura reforça ações em favor dos idosos Pinto da Madrugada: um case de sucesso na cultura e na economia de Alagoas