TNH1, com IMA-AL
O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) apresentou um estudo com atualizações sobre as ações de fiscalização e monitoramento ambiental realizadas na Mina 18, da Braskem, que colapsou em 2023, em um trecho da Laguna Mundaú. A análise foi divulgada nesta terça-feira,10, dia em que o rompimento da mina completa 1 ano.
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De acordo com o órgão, os estudos realizados no local desde o rompimento apontam condições preocupantes na Laguna Mundaú, associadas a fatores como altas temperaturas, lançamento de efluentes industriais e domésticos, presença de agroquímicos, resíduos químicos derivados de combustíveis e acúmulo de matéria orgânica. A degradação do leito da laguna é agravada por um intenso processo de assoreamento, impactando negativamente a biodiversidade estuarina e as populações que dependem da laguna. Esse cenário também é percebido em afluentes como o Rio Mundaú, o Riacho do Silva e canais de drenagem urbana.
Além das condições físicas e químicas, há relatos de manchas de óleo na região, o que tem gerado preocupação e mobilizado investigações adicionais. Sobre essas ocorrências, o consultor ambiental do IMA e geólogo, Jean Melo, destacou: “As análises relacionadas ao aparecimento recente de manchas de óleo estão em andamento. Esse trabalho é essencial para entender a origem e a extensão do problema, além de possibilitar a adoção de medidas corretivas e preventivas”, disse.
Até o momento, as análises físico-químicas não revelaram padrões acima dos historicamente registrados, mas evidenciam a necessidade de atenção contínua para a gestão integrada do CELMM. O instituto reafirma seu compromisso com a preservação ambiental e a segurança da população, mantendo o monitoramento contínuo e aprimorando suas ações para mitigar os impactos identificados.
O IMA também informou que já realizou 124 ensaios analíticos em pontos estratégicos entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, cujos resultados foram compartilhados com pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e comparados aos dados históricos do instituto. No decorrer de 2024, até o momento, foram conduzidos 176 ensaios na Laguna Mundaú, localizada no Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM). Esses ensaios incluem análises regulares, respostas a denúncias e demandas externas, além de 48 relatórios sobre a balneabilidade da região.
Em nota, a Braskem atualizou a situação da Mina 18.
A Braskem informa que os estudos técnicos apontam que a cavidade 18 está autopreenchida e análises complementares estão sendo feitas para submeter à aprovação da Agência Nacional de Mineração (ANM). A extração de sal-gema foi totalmente encerrada em maio de 2019, e a Companhia vem adotando as medidas para o fechamento definitivo das 35 cavidades, conforme plano apresentado às autoridades.
A área de risco definida pela Defesa Civil de Maceió em 2020 está 100% desocupada e a região é acompanhada de forma ininterrupta por uma robusta rede de monitoramento de solo, permitindo que medidas preventivas sejam tomadas, se necessário.
A Braskem mantém o foco na continuidade das ações que garantam a segurança das pessoas e da implementação de medidas amplas para mitigar, compensar ou reparar impactos decorrentes da desocupação de imóveis nos bairros de Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro, Mutange e Farol.
Há, entre outros, cinco acordos principais celebrados com autoridades federais, estaduais e municipal, homologados pela Justiça, que abrangem diversas medidas além da realocação preventiva e compensação financeira das famílias: pagamento de apoio financeiro e auxílio para aluguel temporário; apoio psicológico; ações sociourbanísticas e ambientais; apoio a animais; zeladoria nos bairros; monitoramento do solo e fechamento definitivo dos poços de sal; integração urbana e desenvolvimento da comunidade dos Flexais; e indenização ao Município de Maceió. Todas as ações seguem em implantação conforme acordos com as autoridades e são fiscalizadas pelos órgãos competentes.
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