Trump ataca Irã, China, Venezuela, ONGs, imigração e socialismo em discurso na ONU

Publicado em 24/09/2019, às 15h32
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 O presidente Donald Trump fez uma defesa do patriotismo e do direito de cada país de lutar pelos próprios interesses ao fazer seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira (24). Ele também fez críticas ao Irã, à Chna e a ONGs que defendem migrantes

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"O futuro não será dos globalistas. Será dos patriotas", disse. "Se você quer liberdade, tenha orgulho de seu país. Se quer democracia, defenda sua soberania. Se quer paz, ame sua nação."

Trump também criticou a imigração, disse que a vinda de estrangeiros ilegais "mina a prosperidade do país" e acusou as ONGs que ajudam migrantes ilegais: "Suas políticas são cruéis e más, e ajudam a minar os direitos humanos".

Ele prometeu combater as redes de tráfico internacional e se dirigiu às pessoas que querem imigrar de forma ilegal. "Não pague coiotes. Não se coloque em perigo. Se você chegar até aqui, será rapidamente enviado de volta para casa. Enquanto eu for presidente, vamos reforçar nossas fronteiras."

O presidente acusou outros países, especialmente a China, de se beneficiarem das regras do comércio global de modo a prejudicar a economia dos EUA e, especialmente, sua classe média. "A Organização Mundial do Comércio precisa de mudanças drásticas", disse.

"Durante anos, estes abusos [no comércio internacional] foram tolerados, ignorados, ou mesmo estimulados", denunciou Trump, questionando novamente a globalização.

Segundo ele, o "globalismo" levou os líderes mundiais a ignorarem seus próprios interesses nacionais. "Mas, no que diz respeito aos Estados Unidos, esses dias acabaram", frisou.

Trump destacou os baixos números de desemprego, a queda da pobreza nos EUA durante seu governo e que negros e hispânicos também se beneficiaram.

Ainda ao falar da China, citou a situação em Hong Kong, onde manifestantes protestam contra medidas do governo central, em Pequim. "A forma como a China lidará com essa situação dirá muito sobre seu papel no mundo no futuro."

Houve ainda ataques ao Irã, chamado de país sanguinário e principal financiador do terrorismo. "Todas as nações têm o dever de agir. Nenhum governo responsável deveria subsidiar o desejo de sangue do Irã."
A Venezuela também foi citada. O ditador Nicolás Maduro foi chamado de "marionete cubana, protegido por seguranças cubanos".

O presidente atacou o socialismo e disse que esse modelo jamais terá espaço nos EUA. "A Venezuela nos lembra de que o socialismo e o comunismo não se tratam de justiça, não versam sobre igualdade, nem sobre a ajuda aos pobres (...) O socialismo e o comunismo tratam de uma única coisa: do poder da classe dirigente", completou.

Apesar dos ataques a vários países, Trump disse que seu país, apesar de ter a maior força militar do mundo, prefere que seja melhor não utilizá-la, e que "busca parceiros, não adversários".

Ao final do discurso, o presidente defendeu os direitos LGBT e disse que os EUA trabalham para que outros países descriminalizem a homossexualidade. Ele também defendeu a igualdade de pagamento entre homens e mulheres e a liberdade religiosa.

Trump não citou o Brasil em seu discurso. Ele falou logo após a participação do presidente Jair Bolsonaro. O líder brasileiro também fez críticas a ONGs e ao socialismo em sua participação.

AMEAÇA DE IMPEACHMENT

No plano doméstico, Trump enfrenta a ameaça de processo de impeachment. Em uma conversa por telefone, ele pressionou o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, a investigar o filho de Joe Biden, um dos principais pré-candidatos democratas à eleição presidencial de 2020.

Trump é acusado por democratas de usar o cargo para buscar ajuda estrangeira para sua própria reeleição e de tentar encobrir a investigação do caso.

Bolsonaro disse que iria jantar com Trump durante a viagem a Nova York, mas o encontro entre os dois até agora não ocorreu.

Na segunda (23), perguntado sobre um possível encontro com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, Trump respondeu apenas que "ele é um bom homem".

O presidente dos EUA recebeu o filho de Bolsonaro, Eduardo, para uma reunião em Washington no fim de agosto. No entanto, nenhuma medida foi anunciada após esta visita.

Em julho, Eduardo foi apontado pelo pai como próximo embaixador do Brasil nos EUA, mas a indicação ainda não foi oficializada no Congresso. A nomeação precisa ser aprovada no Senado.

Em março, o presidente Bolsonaro visitou Trump na Casa Branca. Na ocasião, o americano manifestou apoio à entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

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