Treinador de escolinha é absolvido um ano depois de ser preso por abuso sexual

Publicado em 01/05/2019, às 10h57
Divulgação -

Redação TNH1 com Defensoria Pública

Ivanildo Nunes da Silva, de 72 anos, foi absolvido, na tarde dessa terça-feira, 30, da acusação de estupro de vulnerável, após comprovação, por meio de laudos de especialistas e do testemunho da suposta vítima do treinador de futebol, demonstrarem que não houve abuso. 

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Na defesa, o defensor público André Chalub Lima explicou que a criança foi levada para a Delegacia sem a presença do pai, o qual afirma que ao chegar na Delegacia seu filho já estava depondo e que as palavras do menino tinham sido distorcidas. 

O defensor ressaltou que os pais do menor sequer foram ouvidos como testemunhas e que a própria criança negou em diversas oportunidades que o abuso aconteceu. 

O defensor destacou, ainda, o laudo feito por uma pedagoga, uma assistente social e uma psicóloga, no qual as profissionais afirmam que a criança não apresentou nenhuma situação em suas atividades diárias que se correlacione com o acontecido. Além disso, elas também observaram que o menino deseja voltar às atividades diárias com o treinador, “[A criança] demonstra suas emoções de forma coerente e não apresenta fantasias nem vivências que possam sugerir fuga do sofrimento”, informou um dos laudos. 

Além do depoimento da criança, o defensor observou que não surgiram novas vítimas no decorrer do processo, situação comum em casos que envolvem abusadores em série. 

Em razão da clareza das provas que demonstravam a inocência do acusado, o Ministério Público concordou com o pedido de absolvição feito pela Defensoria Pública e o juiz da 1ª Vara/Infância Criminal e Execuções Penais, Alberto de Almeida, concluiu pela improcedência da denúncia e absolveu do réu. 

O caso

No mês de março do ano passado, o treinador de futebol Ivanildo Nunes da Silva, de 72 anos, foi preso após um suposto flagrante de abuso sexual contra um de seus alunos, ocorrido durante o treino no Parque Ceci Cunha, em Arapiraca. 

Devido à divulgação de imagens, o professor foi vítima de constrangimento, com divulgação de sua imagem durante a investigação das denúncias. 

No entanto, em testemunhos posteriores e entrevistas com profissionais da área de psicologia, pedagogia e assistência social, o menino negou o abuso, esclarecendo que ficou confuso com todo o tumulto no dia do suposto flagrante e com as perguntas e afirmações feitas pelos policiais no caminho para a delegacia e o durante o primeiro depoimento. 

Segundo o menino, o treinador sempre dava dois reais a todos os seus alunos após os treinos para que eles comprassem “flaus”. O idoso também tinha o hábito de massagear as mãos dos estudantes quando eles caiam ou se machucavam, como forma de ajudar a “curar”. 

No dia do suposto abuso, o treinador estaria apenas massageando a mão do menino e o ato teria sido confundido com um abuso. O depoimento da criança foi corroborado pelos pais do menino e outras testemunhas.

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