Redação
Esta é a Vantablack, mas pode chamar também de coisa mais escura já produzida pela humanidade. Cientistas britânicos desenvolveram a tinta em 2014, e agora ela e ganhou agora uma versão em spray – tão preta que faz com que objetos 3D pareçam ter sido recortados em um software de edição de imagens.
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O segredo para o efeito está na capacidade do material de absorver luz: 99,8% dos raios visíveis acabam retidos.
Ao olhar as fotos que os pesquisadores têm exibido, você sempre vê uma espécie de “buraco”, cujo tamanho obedece os contornos das formas tridimensionais. No entanto, somos capazes de reconhecer apenas o formato, e não toda a complexidade do objeto coberto pela tinta – no caso abaixo, uma máscara de metal.
Isso acontece porque dependemos da quantidade de luz refletida para enxergar um objeto. E as superfícies cobertas pela Vantablack são tão escuras que simplesmente não refletem o mínimo de luz necessário para que o cérebro interprete a imagem criada.
A explicação para o fenômeno está na estrutura nanoscópica da tinta. Quando envolve um objeto, ela cria uma camada de milhões de nanotubos de carbono. Eles são estruturas muito pequenas, com 20 nanômetros de diâmetro e comprimento entre 14 e 50 micrômetros, e estão organizadas de modo a criar “armadilhas” para absorver a luz. Quando os raios atingem o material, acabam sendo isolados nos vãos entre os nanotubos, o que bloqueia quase toda a luz incidente.
“Para entender o efeito, tente se imaginar andando em uma floresta em que as árvores tem 3 km de tamanho, ao invés dos 10 ou 20 metros usuais. É fácil ter uma ideia da quantidade de luz que chegaria até você – quase nenhuma”, explicam os pesquisadores da Surrey Nanosystems, nessa lista de perguntas frequentes.
O grupo deixa claro também a inviabilidade da aplicação da invenção em métodos, digamos, menos nobres. Isso quer dizer que você não conseguirá usar a tinta mais escura do mundo no seu carro, ou para fazer para si uma roupa tipo a do Batman – o contato direto com a pele não é recomendado e o preço disso seria bastante caro. No entanto, amostras já estão disponibilizadas a universidades ou museus.
No vídeo abaixo, objetos revestidos pela Vantablack são iluminados e comparados com outros materiais. É assustador:
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