Revista Crescer
A adolescência é uma fase desafiadora tanto para os filhos quanto para os pais. Os adolescentes lidam com novas angústias, alteração de humor, ansiedade, enquanto as famílias tentam entender como apoiar os jovens. Quando esses comportamentos se tornam mais exacerbados, é preciso ligar um sinal de alerta para o TDAH — Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Em meio à popularização do tema nas redes sociais, o transtorno foi um dos destaques do Congresso Brasileiro de Pediatria, que ocorreu no último mês em Florianópolis (SC).
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O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, uma condição que afeta o desenvolvimento do cérebro e costuma se manifestar na infância. No entanto, segundo Lígia de Fátima Reato, hebiatra e professora da Faculdade de Medicina do ABC, é muito comum que os pais recebam o diagnóstico dos filhos na adolescência, período compreendido entre 10 a 24 anos, conforme diz a Organização Mundial da Saúde. Nesse momento, os sinais ficam mais evidentes.
Vale lembrar que o TDAH está associado a 18 sintomas, organizados em dois grupos: 9 relacionados à desatenção e 9 à hiperatividade. Para chegar a um diagnóstico, o adolescente precisa passar pela avaliação de uma equipe multidisciplinar, que inclui hebiatra, neuropediatra e terapeuta. Mas quando procurar ajuda? Confira os sinais de alerta!
1-Dificuldade de aprendizagem
O desempenho escolar é um bom termômetro para avaliar se o adolescente precisa de ajuda. Se seu filho está com o desempenho escolar muito abaixo do esperado, fique atento! A falta de atenção e concentração pode fazer com que o aluno não dê conta das atividades propostas na escola, levando a notas baixas no boletim.
2- Falta de disciplina
Sabe aquele recadinho frequente da professora de indisciplina? Isso também é um sinal importante para se avaliar. Os adolescentes com TDAH costumam ter dificuldade de lidar com problemas emocionais. “Eles tendem, muitas vezes, a extravasar algumas questões por meio do comportamento. Então, eles podem ser chamados a atenção por ser indisciplinados e estar atrapalhando a aula. Isso ocorre porque eles não conseguem se concentrar”, explica a médica.
3- Irritabilidade
A irritação também é comum na adolescência. Que mãe ou pai nunca teve que lidar com um momento de raiva do filho? Porém, se essa irritação ocorre com muita frequência e afeta as relações sociais do adolescente, é recomendado buscar a avaliação de um profissional de saúde. O TDAH tem como principal característica causar prejuízo funcional para os jovens, isto é, prejudicar sua vida, seja na escola ou nas relações sociais.
4- Isolamento social
Quando apresentam um comportamento mais hiperativo, os adolescentes têm mais dificuldade de formar vínculos e acabam se isolando e se tornando mais vulneráveis ao bullying. Em certos casos, o TDAH também pode estar associado a outras comorbidades como depressão e ansiedade, que também estão relacionadas com o isolamento social. “É importante que os pais acompanhem de perto a relação do filho com os amigos. O adolescente precisa muito de um grupo de referência. Se ele está isolado, não tem ninguém, isso é muito ruim”, destaca a especialista.
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