TNH1 com TV Pajuçara
O delegado Gustavo Xavier disse em entrevista ao programa Balanço Geral Alagoas, da TV Pajuçara, nesta quinta-feira (20), que os suspeitos de roubo de veículos presos na Operação Robauto comercializavam os carros no interior do Estado. Ainda de acordo com ele, houve compradores dos automóveis que desconheciam a origem do produto.
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Nesta manhã, a Operação Robauto foi deflagrada com o objetivo de combater os grupos criminosos envolvidos em tráfico de drogas e roubo de veículos em Maceió e em municípios do interior. Até o momento, 18 pessoas foram presas, sendo que cinco delas já cumpriam pena no Sistema Prisional. Os outros 13 suspeitos já foram encaminhados à sede da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), no bairro de Santa Amélia, em Maceió. Dois deles foram capturados em Ouro Branco e 11 na capital.
Gustavo Xavier contou à reportagem que os criminosos, por muitas vezes, encaminhavam os carros roubados para cidades do interior com o objetivo de vendê-los, para lucrar e se desfazer do produto de assalto. As vítimas, posteriormente, e sem saber que compravam veículos roubados, tinham os automóveis apreendidos por policiais.
"Eles têm ramificações tanto na capital quanto no interior. Por vezes, os veículos eram levados para o interior para que lá fossem negociados. Pessoas inocentes, que não tinham conhecimento da origem do produto, acabavam adquirindo e, posteriormente, tinham os veículos apreendidos durante deslocamento na cidade", disse.
Ainda segundo ele, a polícia tenta localizar as pessoas que foram lesadas nas negociações. "Nós estamos em contato para que possamos trazer materialidade para o inquérito policial, principalmente com depoimentos, para saber como foi a forma de aquisição desses bens em todas as localidades. O trabalho de investigação segue em andamento e, mais à frente, vamos encaminhar todos os procedimentos e os presos da operação para o Poder Judiciário", destacou o delegado.
Xavier também afirmou que a polícia já investigava crimes de tráfico de drogas cometidos por pessoas ligadas ao grupo e fez a integração da operação. "Três estão presos por homicídios e mais 10 presos por tráfico de entorpecentes e roubos de veículo na parte alta de Maceió, principalmente no Benedito Bentes, na Grota da Alegria e no Conjunto Aprígio Vilela. Estamos fazendo análise em aparelhos apreendidos para sabermos se têm origem com a prática criminosa".
"Haverá a ocupação [das localidades citadas acima] para que a redução da criminalidade efetivamente aconteça e para que a polícia faça uma supervisão e acompanhamento da criminalidade no local", completou o delegado.
Operação Robauto
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio do Grupo de Atuação Especial de combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic) coordenaram, nesta quinta-feira (20), uma operação integrada das Polícias Civil e Militar com o objetivo de prender integrantes de organizações criminosas envolvidas com o tráfico de drogas e o roubo de veículos que atuam em Maceió e em municípios do interior.
Denominada de Operação Robauto, a ação cumpre 36 mandados de prisão e 32 de busca e apreensão, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital. As apurações, que começaram pelo Gaeco com a colaboração do Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam), após a instauração de um procedimento investigatório criminal (PIC), e pela Deic em parceria com o Batalhão de Guardas (BPGd), duraram cerca de 10 meses.
Nesse período, o Ministério Público e a Deic conseguiram mapear o comércio ilegal de drogas em alguns bairros de Maceió, especialmente na parte alta da cidade. Em parte deles, inclusive, a Orcrim passou a ocupar determinadas comunidades, aterrorizando os moradores dessas regiões. A outra investigação diz respeito a uma grande organização criminosa que atua em roubos e desmanche de veículos.
O trabalho investigativo teve início pelo conjunto residencial Aprígio Vilela, localizado no bairro Benedito Bentes, contudo, ao longo da apuração, ela se expandiu para outros localidades de Maceió, além dos municípios de Ouro Branco, Arapiraca e Penedo.
Participaram da operação policiais militares do Batalhão de Guardas (BPGd), Batalhão de Operações Especiais (Bope), Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam), Batalhão de Trânsito (BPTran), do 5º e 7º Batalhões, além de policiais civis do Tigre, da operação Asfixia, da Deic e do Grupamento Aéreo.
Os presos já se encontram na sede da Deic, no bairro de Santa Amélia, em Maceió.
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