Suspeito de sequestrar menina de 12 anos no Rio é solto no Maranhão

Publicado em 17/03/2023, às 16h50
Reprodução / TV Globo -

Aléxia Souza / Folhapress

A Justiça do Maranhão decidiu soltar o homem suspeito de sequestrar e manter em cárcere privado uma menina de 12 anos. Eduardo Noronha, 25, foi posto em liberdade provisória após audiência de custódia nesta quinta (17). A juíza Maria da Conceição Privado Rego determinou que ele seja monitorado por tornozeleira eletrônica.

LEIA TAMBÉM

Eduardo foi preso em flagrante na última terça (14), após a polícia resgatar a adolescente na quitinete onde ele mora, no bairro Divinéia, na periferia de São Luís. A menina, que vive no Rio de Janeiro, foi levada pelo suspeito de carro até a capital maranhense.

Nesta quinta (16), a adolescente reencontrou o pai e a irmã, que a buscaram na companhia de uma agente da Polícia Civil do Rio. Eles chegaram à capital fluminense no mesmo dia.

A adolescente recebeu atendimento psicológico e passou por exames ainda no Maranhão. Após desembarcar no Rio, ela seguiu para o Instituto Médico-Legal para um novo exame de corpo de delito. Em seguida, foi levada para a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), onde foi ouvida.

O governo do Maranhão não informou o nome do advogado de defesa do suspeito. Em depoimento, Eduardo negou ter estuprado a adolescente, mas confessou que a beijou "algumas vezes". Ele poderá responder por estupro de vulnerável, já que a legislação brasileira considera crime a prática de ato libidinoso com menor de 14 anos.

No Rio, a DDPA (Delegacia de Descoberta de Paradeiros) também vai abrir uma investigação para apurar se Eduardo cometeu crime de subtração de incapaz ao levar a menina do Rio para São Luís.

ENTENDA O CASO - No último dia 6, ele buscou a adolescente na porta da escola em Sepetiba, na zona oeste do Rio. Segundo a polícia, a viagem de 3.100 km até São Luís durou pelo menos dois dias. A Delegada Ellen Souto, titular da DDPA, informou nesta sexta (17) que já identificou o motorista de aplicativo que fez a corrida pelo custo de R$ 4.000.

A menina disse à polícia que se arrependeu de ter embarcado na viagem. Ela afirmou que consentiu em ir, mas, ao chegar à quitinete e ficar trancada o dia inteiro, percebeu que era mantida em cárcere.

Ainda de acordo com as investigações, Eduardo deu à adolescente um celular novo e ficou com o aparelho da vítima, onde instalou um aplicativo espião para monitorar tudo que ela acessava. Em uma única oportunidade em que teve acesso à internet, a menina conseguiu enviar uma mensagem para irmã, e foi isso que ajudou a polícia a localizá-la.

Os dois se conheceram por meio de um aplicativo de compartilhamento de vídeos. A investigação apontou ainda que o homem começou a falar com a menina pela internet há dois anos, quando ela tinha apenas 10 anos de idade. Nas conversas antigas encontradas pela polícia, Eduardo já falava para a garota que tinha planos de morar com ela.

A adolescente foi mantida em cárcere privado por mais de uma semana. Após o resgate, a criança ficou sob os cuidados Conselho Tutelar da região da Vila Luizão, próximo onde a vítima foi encontrada. Ela esteve abrigada na Casa da Mulher Brasileira, um centro de referência no atendimento a mulheres em situação de violência em São Luís.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Após crise de ciúmes, esposa mata marido policial em Fortaleza MPT resgata 163 operários chineses em condições de escravidão na Bahia Turista de SP morto em Jericoacoara foi confundido com membro de facção rival, diz polícia Estilista morre em incêndio no apartamento onde vivia no Ceará