Suspeita de matar o filho e tentar se matar espera há três dias transferência para manicômio

Publicado em 24/09/2018, às 10h45
Jadira foi ouvida na Delegacia de Homicídios na sexta-feira, 21, após receber alta do HGE | TNH1 / Arquivo -

Letícia Cardoso*

Jadira da Silva, de 46 anos, suspeita de matar o filho de 6 anos e tentar se matar, na semana passada, teve decretada a prisão preventiva na sexta-feira, 21, e deveria ter sido encaminhada ao manicômio judicial, conforme determinação da Justiça. No entanto, até a manhã desta segunda-feira, 24, ela se encontra na Central de Flagrantes, no Pinheiro, aguardando a transferência.

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O advogado de Jadira, João Uchôa, explicou ao TNH1 que ainda não houve autorização do juiz da Vara de Execuções Penais e, por isso, a decisão, tomada durante audiência de custódia, ainda não foi cumprida.

“Ela está até então sem as condições necessárias para o caso. Ela deveria estar recebendo tratamento para que se recuperasse no manicômio. Mas não pode ser transferida sem essa autorização. Fizemos hoje um pedido e vamos até a vara para conversar com a juíza que está substituindo o juiz titular. Esperamos que ela possa ir ao hospital ainda hoje”, explicou.

De acordo com o delegado plantonista da Central de Flagrantes, Leonardo Assunção, não há outras presas mulheres no local e, por isso, Jadira se encontra sozinha em uma cela no prédio.

“Ela pergunta muito pelo filho. Não sabemos se ela já sabe que ele morreu, mas preferimos não tocar no assunto. É delicado ela continuar aqui, pois não seria o local adequado”, contou o delegado.

Durante depoimento na sexta passada, a mulher demonstrou um comportamento de transtorno psicológico, segundo informações do delegado Rodrigo Sarmento em entrevista ao TNH1.

Avaliação psiquiátrica

De acordo com o psiquiatra Lucas Lira, seria necessário fazer uma primeira avaliação, antes mesmo de decidir sobre o encaminhamento de Jadira a um manicômio. 

“Mesmo que ela tenha algum distúrbio psiquiátrico, é necessário avaliar se a patologia teria ou não influenciado seus atos. Se ela for diagnosticada com depressão, poderia ter sido influenciada. Mas, por exemplo, se ela tem distúrbio de personalidade, não”, explicou Lucas ao TNH1

O psiquiatra contou ainda que não há como saber, sem um laudo médico, se é necessário que a mulher seja preservada da notícia da morte do filho. Segundo ele, é preciso avaliar a personalidade de Jadira e entender as motivações dos atos.

*Estagiária sob supervisão da editoria

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