Redação
Um raríssimo exemplar de lagosta pescado no mar da Escócia foi considerado bonito demais para terminar na panela. Uma lagosta azul brilhante chegou a um distribuidor de frutos do mar, que decidiu não mandar o animal para os restaurantes da cidade escocesa.
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O crustáceo foi encontrado na cidade litorânea de North Berwick e entregue a Adrian Coakley-Greene, de 70 anos. O homem ficou tão empolgado com a descoberta que batizou o animal de Chelsea em homenagem ao seu time de futebol do coração, também azul.
Assim que recebeu a encomenda, Coakley-Greene decidiu que não iria vender o exemplar a restaurante algum. "Tenho vendido lagostas há 42 anos e nunca vi nenhuma como esta", garante.
Ele conta que seu fornecedor entregou o crustáceo com outras onze lagostas que eram da cor preta, usual. "Eu fiz algumas pesquisas e descobri que um em cada dois milhões de lagostas é azul. Então ficará fora do menu - ela é muito rara e bonita demais para ser devorada."
"No Brasil eu não tenho notícia da ocorrência de nenhuma lagosta nessa tonalidade", explicou ao UOL o professor Marcelo Amaro Pinheiro, coordenador do Grupo de Ecologia de Crustáceos Decápodos da Unesp (Universidade Estadual Paulista). De acordo com o especialista, "a cor azulada é incomum para qualquer crustáceo". Ele diz que a lagosta azul europeia pode ter sofrido alguma "mutação genética". "Esse gene pode se manifestar aumentando a ocorrência de determinada proteína."
Doutor em aquicultura, o professor Cláudio Tureck, da Univille, em Joinville, lembra que a cor preta em lagostas é mais comum na Europa porque no Brasil sua coloração costuma ser avermelhada. "A coloração vem do ambiente marinho, do fitoplâncton, microalgas que produzem pigmentos que, quando ingeridos por crustáceos, lhes transferem essas cores ao longo da cadeia."
Coakley-Greene procura agora encontrar algum aquário que receba o Chelsea. "Mas se ninguém o quiser, o devolveremos ao mar da costa sul do País de Gales ou as coisas ficarão quentes demais para ela por aqui".
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