Redação
Os senadores já admitem que a sessão do Senado que vota a admissibilidade do impeachment deve entrar pela madrugada e terminar perto das 5h desta quinta (12). A ideia inicial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), era finalizar a votação até as 22h.
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A sessão começou às 10h12 desta quarta-feira (11) com 68 senadores inscritos para falar por até 15 minutos, além da previsão de dois intervalos de uma hora cada — o primeiro, contudo, levou quase duas horas.
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que avançar pela madrugada é algo corriqueiro no parlamento.
— Qual o problema? Vai para casa, troca o perfume e volta.
Os senadores registram presença, mas não permanecem o tempo todo no Plenário e nem mesmo no prédio do Senado.
Eles saem para os gabinetes, para casa, e só voltam perto da hora de falar, caso estejam inscritos, ou perto da votação. No início da tarde, o painel registrava 70 presentes, mas nem metade disso no plenário.
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) reforçou que, aos favoráveis ao impeachment, não interessa interromper a sessão.
— Temos preparo físico para entrar pela madrugada, mas para amanhecer com essa página virada na história do País.
Até o primeiro intervalo, às 12h30, apenas cinco senadores haviam falado. Além dos inscritos, o relator e a defesa terão 15 minutos cada para falar e a votação será nominal, feita pelo painel eletrônico.
Ao voltar do intervalo do almoço, que demorou duas horas, e não uma como estava previsto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) foi cobrado por outros senadores sobre o atraso, e respondeu ainda antes de iniciar a sessão.
— Não podemos adiantar a história.
Pelo regimento do Senado, é possível que algum senador entre com pedido para que a sessão seja interrompida nesta quarta para ser retomada na quinta. Mas o pedido precisa ser votado pelo plenário, e senadores oposicionistas, que são maioria, já disseram que não aprovarão a medida, caso venha a ser aberta.
A sessão pode terminar antes da madrugada se grande parte dos inscritos desistirem de falar. O senador Eunício Oliveira é um dos inscritos que vai abrir mão da fala.
— Muitos senadores só querem falar para mostrar que estão vivos. Eu prefiro estar vivo.
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