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A busca pela estabilidade financeira, os benefícios da carreira e as diferentes possibilidades de atuação levam cada vez mais candidatos a buscarem concursos públicos. Mesmo quando a oferta é apenas para formação de um cadastro de reserva, especialistas garantem que o investimento pode ser vantajoso. A aprovação, mesmo sem vaga imediata, mantém as portas abertas para futuras convocações, especialmente em cenários de alta demanda. Além disso, a experiência adquirida é sempre valiosa.
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— Ainda que a vaga seja para cadastro de reserva, não significa que oportunidades não surgirão. Muitas vezes, as instituições chamam os candidatos quando há vacâncias por aposentadorias, quando servidores do órgão passam em outros concursos e quando há desligamentos ou necessidade de aumento do quadro de funcionários. A participação dos candidatos nos concursos pode ajudar nos próximos certames, na familiarização com as provas — diz o diretor pedagógico da Degrau Cultural, Marcos Brito.
Brito lembra ainda que concursos com um número maior de vagas podem levar à convocação mais rápida, mas deixa claro que não é uma regra:
— O número de vagas disponíveis, a quantidade de candidatos aprovados nos últimos concursos e a urgência em preencher as posições são pontos a serem observados. Prefeituras que fazem processos seletivos para professores ou conselheiros tutelares são bons exemplos de grandes chamadas.
Eduardo Cambuy, professor do Gran Concursos, destaca que, às vezes, o cadastro de reserva é uma estratégia das instituições para não serem obrigadas a convocar o número exato de vagas citadas nos editais.
— Alguns órgãos têm necessidade de pessoal e realizam concursos, mas preferem o cadastro para terem mais flexibilidade nas chamadas e evitarem questionamentos na Justiça por parte de aprovados que vão exigir a convocação. Outro ponto é o aproveitamento dessas listas. Mesmo que demorem, alguns órgãos chamam muito. Acontece bastante no Judiciário.
Seleções com grandes chances de aprovações
Segundo especialistas, as possibilidades de convocação variam conforme a instituição, mas Cambuy dá uma dica valiosa aos concurseiros: as seleções do Banco do Brasil têm grandes chances de convocação de candidatos em cadastro de reserva, bem como os concursos federais, que fazem chamadas posteriores para completar o quadro de pessoal.
— Se lança um concurso com 500 vagas, por exemplo, um órgão é obrigado a chamar os 500 aprovados. Mas, ao longo do tempo, a quantidade de vagas prevista não se mostra mais necessária, e a instituição acaba engessada — diz Erick Alves, sócio do Direção Concursos.
O sócio do Direção Concursos lista certames que ultrapassaram em quase 8.000% o total de vagas previstas, beneficiando centenas de aprovados em lista de espera. A seleção do Ministério Público da União (MPU), em 2018, ofereceu 47 vagas imediatas e convocou cerca de 1.700 aprovados. Da mesma forma, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), com sede em Brasília, liberou 20 vagas em 2017, mas fez 1.606 convocações. Já o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) publicou um edital com 845 vagas iniciais, mas acabou chamando 4.612 aprovados.
Exemplos de processos seletivos neste formato
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