Redação
Interlocutores no Senado afirmam que diante da crise política e de um possível desembarque do PMDB da base aliada do governo, é quase certo que o Senado não interromperá um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em eventual aprovação do impedimento de mandato por dois terços da Câmara dos Deputados.
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Para o Executivo, a informação é um revés. Em dezembro, o Palácio do Planalto comemorou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi favorável a uma ação que pedia a suspensão do rito de impeachment na Câmara. À época, dentre as regras decretadas pelo Supremo, estava a que dava poder ao Senado de rejeitar o pedido e evitar, assim, que Dilma fosse afastada de antemão.
A avaliação, agora, é que se o Planalto não consegue obter o voto de 171 dos 513 deputados federais para arquivar o processo, não será o Senado quem irá interromper a derrota sofrida na Câmara. O PMDB tem a maior bancada do Senado, com 18 parlamentares, seguido pelo PT, com 13 senadores, e pelo PSDB, com 11.
Nesta quinta-feira, fontes do PMDB no Senado garantiram que a ruptura do partido com o governo não é fato consumado e que há certa “forçação de barra” de parte da imprensa que cobre o Congresso Nacional. O Planalto, porém, vê com preocupação a possibilidade de o ex-presidente Lula, que teve a posse na Casa Civil suspensa nesta manhã, não ter mais os poderes para fazer a articulação política com o Parlamento.
Também nesta quinta, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai instalar a comissão especial do impeachment, tão logo os líderes das bancadas indiquem os deputados que vão compor o grupo que vai analisar o pedido do jurista Hélio Bicudo aceito no dia 4 de dezembro do ano passado.
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