Seleção masculina de futebol volta a decepcionar e torcida perde a paciência

Publicado em 08/08/2016, às 08h44

Redação

Os torcedores que lotaram o Estádio Mané Garrincha, em Brasília, para as duas primeiras partidas da Seleção Brasileira Masculina de Futebol tentaram incentivar o time, mas não viram um bom resultado e nem mesmo uma boa atuação. Durante os 360 minutos dos quatro jogos na capital federal, a rede balançou apenas uma vez. E não foi durante um jogo do Brasil, mas sim da Dinamarca sobre a África do Sul, ontem (7) à tarde.

LEIA TAMBÉM

Para assistir às duas apresentações dos jogadores brasileiros, muitos torcedores se programaram com antecedência, reservaram ingressos para suas famílias e compraram passagens para Brasília. Mas não foi desta vez que a cidade, sem tradição de futebol, entrou para a história da Olimpíada. Na última quinta-feira (4), antes da abertura oficial dos jogos, quase 70 mil pessoas saíram do estádio sem gritar nem uma única vez a palavra mais importante da partida: gol.

Nesse domingo (7), nem a magra vitória da Dinamarca sobre a África do Sul foi suficiente para empolgar a torcida. Os presentes no estádio, em sua maioria brasileiros, estavam claramente do lado dos africanos e vibraram com as duas vezes em que a bola ficou na trave de Jeppe Højbjberg, o goleiro adversário.

O estádio chegou a agradecer e comemorar o gol do dinamarquês Robert Skov, mas menos de dez minutos depois uma torcedora brasileira foi vista jogando "Paciência" em seu celular. Assim como na última quinta-feira (4), muitos torcedores preferiram chegar apenas para a segunda partida, da seleção brasileira. Durante o primeiro jogo havia mais cadeiras vazias que ocupadas.

Pouco antes da esperada disputa, os torcedores acolheram novamente entusiasmados a seleção brasileira. Eles aproveitaram que era noite e acenderam as luzes de seus celulares enquanto cantavam, de pé, o Hino Nacional. As arquibancadas estavam lotadas e, mais uma vez, os torcedores tiveram a decepção do empate sem gols.

Inicialmente, o jogo teve bastante apoio dos brasileiros, que dirigiram ao goleiro Mohammed Hameed as duras críticas do primeiro tempo. Isso porque toda vez que ele ia cobrar o tiro de meta, demorava tanto que o chute era precedido de uma vaia e um xingamento. Quando Octavian Sovre, aos 28 minutos da primeira etapa, anulou o que seria o primeiro gol brasileiro na competição, o bandeirinha também passou a ser alvo de críticas dos torcedores.

Nos 45 minutos finais, o clima de paz e paciência começou a mudar. Por diversas vezes, o nome de Marta, a craque da seleção feminina de futebol, foi ovacionado pelos torcedores, em uma provocação à equipe masculina. Com duas vitórias e oito gols marcados, as meninas já estão classificadas para a próxima fase e vêm dando show dentro de campo.

Do camarote, foram ouvidos xingamentos direcionados aos atacantes Neymar e Gabigol. Nos acréscimos, mais uma decepção: sem goleiro, o Brasil perde uma de suas melhores chances. O meio-campista Renato Augusto, inacreditavelmente, mandou a bola para fora depois de receber livre um cruzamento.

Antes do fim da partida, desanimado com o resultado, o público começou a deixar o estádio. O apito final foi acompanhado de vaias. A seleção iraquiana, ao contrário, foi aplaudida e retribuiu o carinho da torcida descontente.

Pedindo desculpas ao público de Brasília que não deixou de apoiar a seleção, o técnico Rogério Micale disse, em entrevista, que estava muito triste e apelou aos baianos para que mantenham o incentivo no jogo decisivo da próxima quarta-feira (10).

“Não conseguimos aqui fazer o nosso melhor futebol. O povo nos apoiou muito hoje, empurrou a equipe o tempo todo. Então, isso gera o sentimento de que frustramos o torcedor. Infelizmente, a gente não conseguiu dar a resposta. Nós gostaríamos de ter presenteado essa torcida com algo melhor, coisa que esperamos fazer em Salvador”, disse.

Uma vitória simples contra a Dinamarca é suficiente para o Brasil se classificar.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Time Brasil na Paralimpíada bate recordes históricos em número de medalhas Alegria é a marca da cerimônia de encerramento da Paralimpíada do Rio Balanço dos jogos Brasil não atinge meta, mas conquista maior número de medalhas em Paralimpíadas Ciclista iraniano morre após sofrer grave acidente nos Jogos Paralímpicos