Redação
As tradições culturais do Nordeste estão a cada ano mais afetadas nessa época junina, infelizmente, pela ação de gestores públicos que insistem em importar grupos musicais de outras regiões com estilos que nada têm a ver com o forró e outros ritmos regionais.
O mesmo tem acontecido também no período de Carnaval, quando redutos tradicionais do frevo, como Pernambuco e Alagoas, são “estuprados” culturalmente com a invasão de cantores de pagode, sertanejos, bregas, axé e até música eletrônica com DJ.
Nessas duas situações prevalecem as operações pouco republicanas dos nossos dirigentes públicos, que na ânsia de levar algum “por fora” deixam de prestigiar os artistas locais e se sujeitam a impor à população tais ritmos que destroem, pouco a pouco, nossa cultura.
Convém lembrar o caso de Maceió, que este ano, mais uma vez está investindo uma fortuna (cerca de R$ 15,5 milhões) para um evento que de festa junina não tem nada, absolutamente.
Basta dizer que dentre as atrações principais daqui mesmo de Alagoas só constam Mano Walter, Banda Mô Fio e Geraldo Cardoso nesse grupo privilegiado – os demais artistas locais foram confinados em menores espaços, na dimensão exata dos seus cachês.
Da região Nordeste, tem também Elba Ramalho e Flávio José que cultuam a legítima música regional – e só.
No mais, personagens ilustres, porém estranhos à nossa cultura, com milionários cachês que chegam a R$ 1,2 milhão por uma única apresentação.
Os gestores estão acabando com o quer resta da nossa cultura popular, ao empurrarem goela abaixo uma festa junina de araque – incluindo as quadrilhas que, agora profissionalizadas, se transformaram em arremedos de escolas de samba.
Tudo bem ao estilo “me engana que eu gosto” imposto à população,
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