O Maníaco do Parque, um dos assassinos em série mais conhecidos do Brasil, vai ganhar um filme e uma série documental no Prime Video. Silvero Pereira irá interpretar o protagonista, e Giovanna Grigio foi confirmada no elenco interpretando uma jornalista que cobre o caso.
Quem é o Maníaco do Parque? Francisco de Assis Pereira, atualmente com 55 anos, foi preso por assassinar 11 mulheres, e estuprar e tentar assassinar outras nove.
Ele foi condenado a mais de 260 anos de prisão por crimes de estupro, estelionato, atentado ao pudor e homicídio.
Seus crimes aconteceram no Parque do Estado, na capital paulista. Por isso, ele ficou conhecido como o Maníaco do Parque.
Como ele abordava as vítimas? O Maníaco do Parque trabalhava como motoboy, e se passava por um agente de modelos e caça-talentos, abordando jovens mulheres de baixa renda. Ele as convidava para fazer um ensaio fotográfico na região de mata, e as levava para dentro do parque, onde cometia os estupros e os assassinatos.
Segundo as sobreviventes, ele era extrovertido e usava de seu poder de convencimento para atrair as mulheres. Todas elas tinham até 24 anos.
Como os casos foram descobertos? Em meados de julho de 1998, a polícia de São Paulo encontrou os corpos de seis mulheres no Parque do Estado. Na ocasião, o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) suspeitava de que as mortes estivessem ligadas a um único autor.
Todas foram mortas no mesmo lugar, com sinais de violência sexual e despidas. O caso começou a repercutir na imprensa, e o autor recebeu a alcunha de Maníaco do Parque.
Francisco foi identificado graças à ajuda de sobreviventes, que deram informações para a confecção de um retrato falado. Ele foi preso em agosto do mesmo ano, 23 dias após a divulgação do retrato falado. Ele estava na cidade de Itaqui, a 731 km de Porto Alegre.
Em entrevista concedida à Folha de S.Paulo da prisão, em 2001, Francisco contou o que sentia quando cometia os crimes:
Me aproximava das meninas como um leão se aproxima da presa. Eu era um canibal. Jogava tudo o que eu podia para conquistá-la e levá-la para o parque, onde eu acabava matando e quase comendo a carne. Eu tinha uma necessidade louca de mulher, de comê-la, de fazê-la sentir dor. Eu pensava em mulher 24 horas por dia.Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque
Hoje, Francisco segue encarcerado em um presídio no interior de São Paulo. Conforme escreveu Josmar Jozino em sua coluna no UOL, em julho de 2020, ele passava horas e horas sentado sozinho no pátio do Pavilhão 3 do presídio bordando tapetes e toalhas para banheiros.
Funcionários do presídio contaram na época que o Maníaco do Parque não tinha amigos, preferia ficar isolado e era bastante discreto. Ele cultivava o hábito de ler a Bíblia Sagrada todos os dias e frequentava o culto evangélico ao menos uma vez por semana, fazendo orações em voz baixa e com os braços erguidos.
Como serão o filme e o documentário? O filme irá mergulhar na história do motoboy, com seu passado e os detalhes de sua psicopatia revelados pela repórter iniciante Elena (Grigio). Enquanto ele ataca mulheres, sua fama cresce na imprensa sensacionalista, criando um pânico na capital paulista. A direção é de Maurício Eça (responsável pelos filmes "A Menina que Matou os Pais" e "O Menino que Matou Meus Pais"), com roteiro de L.G. Bayão e Thaís Nunes.
Já a série "Maníaco do Parque: A História Não Contada" vai partir da perspectiva das vítimas e sobreviventes, com entrevistas inéditas e análise de equívocos na apuração e o papel da mídia no desenvolvimento da investigação. A direção é de Thaís Nunes e Eça, com produção de Marcelo Braga e roteiro de Thaís Nunes e Guilherme César.
O lançamento é previsto para 2024.