Sabe qual o fetiche mais popular do país? Você vai rir

Publicado em 23/10/2017, às 11h46

Redação

Na coluna passada eu pedi o seu palpite de qual seria o fetiche mais popular entre os brasileiros. Tenho alguma experiência conversando e entrevistando pessoas sobre o tema para saber que, em geral, os chutes variam entre.

Exibicionismo (sexo em lugares públicos ou com pessoas assistindo), uniformes e roupas sensuais (itens super populares em sex shops), a atração por pés (podolatria) e o menage feminino. Esse último deve estar na ponta da língua de 9 em cada 10 homens e eu duvido encontrar um deles que negue esse fato.

Mas, pasmem: o fetiche mais popular e também um dos mais envoltos em mistérios e tabus é o do corno ou cuckold, geralmente uma variação do menage masculino. Isso mesmo, uma mulher e dois homens dividindo a mesma cama, com pitadas de submissão e humilhação (sempre consensuais) é o que mais atrai pessoas e, principalmente, casais abertos a novas experiências sexuais.

O fetiche do corno

Aos desavisados, cabe explicar melhor o fetiche: a prática de cuckold (que é o termo original, traduzido por aqui como corno) geralmente envolve um casal e um terceiro elemento. Ou seja, casais que procuram um outro homem para ter relações sexuais com a mulher enquanto o marido assiste.

Como em todo tipo de fantasia, há inúmeras variações possíveis. Casais que curtem o fetiche com outros casais (e não com um solteiro), aqueles onde os homens não têm o menor contato físico, e casos onde esse contato está liberado ou é até desejado. A maior parte também curte, durante a realização da fantasia, a inclusão de elementos de submissão e humilhação (predominantemente verbais), mas isso também não é uma regra fixa.

Satisfazendo desejos

Um fator em comum é a dinâmica da traição. Ainda que consensual, o interesse do marido é o de ver a sua esposa satisfazendo os seus desejos com outro homem. Do ponto de vista feminino, incluímos a satisfação em compartilhar (visualmente ou contando a ele) a respeito do ato.

Antes que você tenha um piripaque, lembro que estamos falando de um recorte, mas um recorte bastante amplo e relevante. Trata-se de uma base de 6 milhões de brasileiros, majoritariamente hétero, cisgênero e com idades a partir de 30 anos. Incluímos a essa base de clientes do Sexlog (rede social de swing do qual sou diretora de marketing), um estudo de termos que levam, todos os dias, pessoas novas ao site (e que portanto já se interessavam pelo assunto antes de conhecer a rede).

Corno, cuckold e variações de menage masculino são os itens mais buscados e mencionados em conversas em todos os estados do Brasil, em todos os meses do ano e há muitos anos. Diferente de outros fetiches, esse não varia, apenas cresce.

Curioso, não? Largo a polêmica por aqui e saio correndo, mas prometo voltar para trazer mais insights e provocações sobre o assunto. Como já disse, sempre baseada em dados e muita pesquisa. Deixo um novo desafio, que é o de pensar nesse tema despido de preconceitos e julgamentos e tentar entender o motivo de algo tão popular assim ser ao mesmo tempo tão desconhecido (será?).

SOBRE A AUTORA

Mayumi Sato é meio de exatas, meio de humanas. Pesquisadora e diretora de marketing do Sexlog quer ressignificar a relação das pessoas com o sexo e, para isso, acredita que é preciso colocar a mão na massa, o que inclui decodificar o comportamento humano. Ao longo dos anos, estudando e trabalhando com o mercado adulto, passou a fazer parte de uma rede de mulheres interessadas e ativistas no assunto, por isso sabe que não está – não estamos – só. Idealizadora do cínicas (www.cinicas.com.br) e feminista sex-positive.

SOBRE O BLOG

Dados e pesquisas sobre sexo e o comportamento dos brasileiros entre quatro paredes. Muita informação, tendências, dados – e experiências próprias! - sobre o assunto. Um espaço para desafiar tabus e moralismos em torno do sexo.

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