Reunido com classe política alagoana, Lula pede foco no interesse da população afetada pela mineração

Publicado em 12/12/2023, às 14h19
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Gilson Monteiro e Paulo Victor Malta

A reunião a portas fechadas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e representantes políticos de Alagoas ainda não trouxe medidas concretas, mas começa a formatar um pacto para monitorar mais de perto a situação do afundamento do solo na capital alagoana. Na conversa da manhã desta terça-feira, 11, no Palácio do Planalto, Lula chamou a atenção para que o grupo se entenda politicamente, e foque no interesse da população, que há cinco anos sofre as consequências da instabilidade em cinco bairros causada pela mineração de sal-gema pela Braskem.

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Estiveram na conversa com o presidente o deputado e presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; o Ministro dos Transportes, Renan Filho; o Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o Governador de Alagoas, Paulo Dantas; o Senador Renan Calheiros; o Senador Rodrigo Cunha; o Senador Fernando Farias e o Prefeito de Maceió, JHC.

"O que o presidente Lula fez, ele apela, é para que a centralidade do debate não seja na política e nem eventual acordo financeiro com estado ou com município. Que a centralidade seja no interesse da população. E todos na frente do presidente, eu estava lá, concordaram com isso de forma unânime. Só posso crer e confiar naquilo que todos declararam na reunião que foi em concordância com o presidente da República. Isso não significa que ninguém vai abrir mão das suas iniciativas jurídicas ou as medidas legais que cada um achou ou acha que foi pertinente ter entrado. Se a gente quer começar a conversar para resolver o problema, não tem como pressuposto ninguém retirar suas iniciativas adotadas, se não a gente não começa", disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa, interlocutor do governo federal na reunião. 

Costa disse ainda que da reunião ainda não saíram respostas para pontos específicos, mas que foi um momento para ouvir a classe política alagoana.  

"Hoje o pacto foi para a gente fazer essa governança, nós não detalhamos hoje as iniciativas. Todas as medidas reparatórias ocorrerão evidentes por conta da empresa causadora do problema. Vamos sentar a partir de hoje para estabelecer uma governança de cunho técnico e pragmático que tente deixar ao lado as disputas políticas. Não tem resposta agora para nenhum ponto específico, não foi objeto da reunião nenhum ponto específico sobre a situação. Não discutimos isso. A reunião foi basicamente para cada um poder falar, colocar seu ponto de vista, todos falaram. E a partir do ponto de vista de todos, o presidente pediu esse pacto de governança e a colocação de forma lateral dos interesses e embates políticos para colocar na centralidade a população. De forma unânime, todos concordamos e vamos somar esforços nesse sentido"

Entenda o caso - Após a Defesa Civil de Maceió alertar sobre o colapso iminente da mina 18, da Braskem, no Mutange, cerca de 23 famílias tiveram que ser retiradas das casas que estão localizadas na área de risco. O caso é um desdobramento dos tremores de terra que começaram a ser sentidos pela população do Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol em março de 2018, causados pela mineração de sal-gema feita pela Braskem desde a década de 70 naquela região, conforme apontou o Serviço Geológico do Brasil. 

A Prefeitura de Maceió desocupou seis escolas em diferentes bairros da capital para torná-las abrigos temporários aos moradores e também decretou estado de emergência na capital por 180 dias. 

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