Redação
O ano de 2017 ficará marcado na história do futebol brasileiro para o Centro Sportivo Alagoano. O Azulão conquistou o acesso para a Série B do Campeonato Brasileiro e encerrou o jejum de nove anos sem comemorar um título.
LEIA TAMBÉM
O TNH1 separou alguns dos principais momentos do CSA nesta temporada e apresenta a retrospectiva do Azulão em 2017.
Copa do Brasil: rugido do Leão
Na Copa do Brasil, o sorteio colocou o Sport na frente do CSA. O novo regulamento da competição dava aos pernambucanos a vantagem do empate no jogo único, disputado no Trapichão. O CSA já não vivia boa fase e viu a partida contra um time da Série A expor vários erros do time de Canindé.
Sport levou a melhor no Rei Pelé (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)
Rithely abriu o placar em um chutaço de fora da área. Alex Henrique pegou o rebote de uma falta cobrada por Everton Heleno, se enrolou todo, mas conseguiu empatar ainda no primeiro tempo. Na segunda etapa, Everton Felipe, Rogério e Thallyson marcaram e fecharam a goleada. O Azulão era eliminado da primeira competição em fevereiro.
Copa do Nordeste: estreia com gol de "Barcelona" e eliminação precoce
A estreia no Nordestão não poderia ser melhor: vitória sobre o ABC por 3 a 0 no Rei Pelé, com direito ao golaço "estilo Barcelona".
A empolgação, no entanto, durou pouco. O time de Oliveira Canindé sofreu três derrotas consecutivas para CRB e Itabaiana, e afundou no Grupo D.
A vingança surgiu no segundo clássico, quando derrotou o rival por 1 a 0. Thiago Potiguar marcou o gol aos 45" do segundo tempo. O resultado "ajudou" na eliminação do Regatas ainda na fase de grupos. Os dois alagoanos não passaram de fase.
Thiago Potiguar comemora o gol da vitória sobre o CRB. O meia-atacante terminou sendo dispensado do clube no início da Série C (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)
Troca de material
Em meio ao desempenho ruim do time em campo, o CSA ainda teve dores de cabeça na parceria com a Umbro, anunciada em dezembro de 2016. Depois de muitas críticas da torcida e alguns desencontros, o clube rompeu com a fornecedora e anunciou, em março, um novo vínculo com a Numer.
Material novo e documentário no cinema (Foto: TNH1)
A apresentação dos novos uniformes aconteceu no cinema de um shopping center em Maceió. A diretoria apresentou no mesmo dia o documentário do acesso à Série C do Campeonato Brasileiro e mostrou o novo ônibus azulino.
Campeonato Alagoano: clássicos sem público e decisão de torcida única
Punidos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por causa da briga generalizada no gramado do Rei Pelé em 2016, CSA e CRB começaram o Estadual deste ano jogando longe da capital, mas com a presença da torcida.
Ambos os clubes chegaram a acionar a justiça comum e tiveram a atenção imediata do STJD. O Tribunal suspendeu a competição e convocou os clubes e a Federação Alagoana de Futebol para cobrar explicações. O STJD aumentou a suspensão dos times e também a multa. A punição resultou no primeiro Clássico das Multidões com portões fechados.
Com os entraves jurídicos em pauta, cresceu a pressão por soluções para diminuir a violência em dia de clássico. As autoridades do Estado, clubes, Ministério Público e Federação se reuniram e decidiram por clássicos com apenas a torcida do time mandante. CSA e CRB decidiram o Campeonato Alagoano em jogos de torcida única, fato inédito no futebol local.
A queda de Canindé
Muito criticado pelos torcedores por conta dos maus resultados, Oliveira Canindé levou o CSA à terceira final de campeonato. Era a chance de superar os vices no Alagoano e no Brasileiro do ano anterior.
Oliveira Canindé não resistiu aos resultados e se despediu do Azulão neste ano (Foto: Pei Fon / TNH1)
O nervosismo do time e os problemas de Canindé em encontrar o centroavante no elenco pesaram. Até o tiro de meta do adversário provocava o "bate-cabeça" dos defensores marujos. O CSA perdeu o primeiro jogo por 1 a 0 e, mesmo com o apoio em massa da torcida na segunda final, sucumbiu e viu o rival conquistar o tricampeonato. O fato determinou a queda de Oliveira Canindé.
Torcida encheu o Rei Pelé, mas a taça ficou com o rival (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)
Em seguida, a diretoria comunicou as saídas de nomes consagrados na campanha do acesso à Série C. Jogadores como Jeferson, Douglas, Panda, Cleyton e Luís Soares deixaram o Mutange.
Reformulação e liderança
Imediatamente após o Campeonato Alagoano, o CSA anunciou a chegada do técnico Ney da Matta e de um pacotão de reforços. Chegavam naquele momento alicerces do que seria a campanha vitoriosa.
Campeão pelo Boa Esporte, Ney da Matta conduziu o CSA na primeira fase da Série C (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)
Jorge Fillipe, Boquita e Michel se juntaram à Mota, Dawhan e Daniel Costa e formaram a base do time.
Sob a batuta de Ney da Matta, o CSA engatou a marcha e liderou boa parte da fase de grupos da Série C.
Contratações
O CSA fechou a janela de transferência com os atacantes Edinho e Daniel Angulo. Edinho estava no Guarani e se apresentou sem badalação no dia 28 de junho. Já o equatoriano Angulo, credenciado por disputar a Copa Libertadores e com passagens por clubes de destaque na América do Sul, foi apresentado dia 16 de junho na partida contra o Confiança, no Rei Pelé.
Edinho se tornou peça chave no Azulão. Daniel Angulo marcou apenas um gol contra o Parnahyba, que marcou a classificação do CSA do pré-Nordestão para a fase de grupos (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)
As expectativas se inverteram. Enquanto Edinho se destacou com dribles e velocidade e ganhou vaga no time titular, Angulo teve problemas com a documentação e só estreou dia 15 de julho. Sem apresentar adaptação e com dificuldades em campo, o gringo acertou a rescisão com o clube em outubro.
Confusão no aniversário
Festa de manhã, tumulto à tarde. O aniversário de 104 anos do Azulão teve comemoração simbólica no CT do Mutange no período matinal. A diretoria e a comissão técnica decidiram concentrar o elenco em treinamento na véspera da partida com o Cuiabá, que marcava o último jogo da primeira fase.
No treino da tarde dia 7 de setembro, Rosinei e Ney da Matta se desentenderam e trocaram socos no campo. Ainda no mesmo dia o clube comunicou a saída do treinador e de outros membros da comissão. Com o meio-campista Daniel Costa de porta-voz, o elenco convocou entrevista coletiva para dar a própria versão. O treinador também se explicou.
Elenco convocou entrevista coletiva para explicar problema com Ney da Matta (Foto: TNH1)
Presidente do Conselho Deliberativo, Raimundo Tavares apagou o incêndio, deixou Jacozinho como técnico interino para o duelo em Cuiabá e, na semana seguinte, anunciou o técnico Flávio Araújo para os confrontos decisivos do mata-mata.
Segundo acesso seguido
Classificado em segundo do Grupo A, o CSA pegou o Tombense nas quartas de final. O duelo definiria uma vaga na Série B de 2018. Em Tombos, cidade localizada a 370 km da capital Belo Horizonte, Michel e Boquita fizeram os gols e deram a vantagem de 2 a 0 ao time alagoano.
Milhares de azulinos invadiram o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares para recepcionar o time após a vitória em Minas Gerais (Foto: Cortesia ao TNH1)
No Rei Pelé, diante de 19.105 torcedores - maior público do ano em Alagoas -, o CSA fez a festa. Com gol de Edinho, o Azulão venceu o Tombense mais uma vez e carimbou o segundo acesso seguido no Campeonato Brasileiro.
Torcida maruja fez a festa no jogo do acesso à Série B (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)
Emoção nas penalidades
O destino colocou CSA e São Bento na mesma chave da semifinal consecutivamente. Em 2016, o Azulão eliminou o time paulista na semifinal da Série D. Neste ano a situação se repetiu.
No jogo de ida, Michel anotou o gol da vitória em São Paulo. Na volta, em Maceió, o Bentão devolveu o placar com um gol de pênalti nos acréscimos da segunda etapa. O placar levou a decisão para as penalidades. Brilhou a estrela do goleiro Mota, que pegou uma das cobranças e ajudou o Azulão a chegar em mais uma final de Campeonato Brasileiro.
Emoção nas penalidades: Daniel Costa deixou o dele contra o São Bento (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)
É campeão!
A grande final da Série C separou CSA e Fortaleza como protagonistas. Por ter a melhor campanha, o Azulão garantiu o mando de campo no segundo jogo. A primeira decisão aconteceu em solo cearense, mas a festa foi alagoana. A Arena Castelão contou com quase 44 mil pessoas e foi palco de uma bela festa nas arquibancadas.
Mosaico da torcida do Fortaleza e festa dos azulinos chamaram atenção na Arena Castelão (Foto: Paulo Victor Malta / Portal TNH1)
Em campo, Mota cresceu frente aos atacantes do Tricolor, Daniel Costa comandou o meio-campo e Michel infernizou a defesa do Leão. Com um gol de Michel e o gol contra de Pablo, o CSA construiu a vantagem, mas Gabriel Pereira diminuiu e recolocou o Fortaleza no páreo.
No Trapichão, dia 21 de outubro, o CSA quebrou o tabu de Alagoas. O Azulão segurou o Fortaleza, empatou em 0 a 0 e gritou, pela primeira vez na história, o título de Campeão Brasileiro da Série C. O feito ainda encerrou o jejum de títulos do clube, que não conquistava um troféu desde o Campeonato Alagoano de 2008.
Sonho alcançado: a taça de campeão brasileiro enfim foi conquistada pelo CSA (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)
2018 vem aí!
Para a próxima temporada, o clube tem metas e planos traçados. A atual diretoria está reeleita e fica no comando pelos próximos quatro anos. A comissão técnica liderada por Flávio Araújo segue à frente do time. Peças de destaque da equipe renovaram o contrato e outros jogadores foram contratados.
Fora das quatro linhas, a direção norteia o clube e anunciou acerto com a Caixa Econômica Federal. O CT do Mutange passa por reformas e deve abrigar um novo hotel para servir de concentração dos atletas. O departamento administrativo também vai ganhar espaço novo.
Clube espera aumentar receitas com a nova loja oficial (Foto: Divulgação / CSA)
O contrato com a Numer chegou ao fim e o CSA investiu na marca própria, seguindo a tendência de clubes como Paysandu e Fortaleza. A grife "Azulão" apresentou a nova linha de uniformes em dezembro e promete levar ao mercado centenas de produtos oficiais do CSA. Outra novidade é a nova loja oficial do clube, localizada na Jatiúca.
Ostentando a nova estrela no escudo, o CSA fecha o ano de 2017 com projeções bem maiores em relação aos últimos anos.
Novo uniforme tem a marca do "Azulão", patch de campeão brasileiro e a estrela acima do escudo (Foto: Divulgação / CSA)
LEIA MAIS