Redação TNH1
Após fixar em R$ 1.039 o salário mínimo para 2020, o Ministério da Economia anunciou no final da tarde de ontem o reajuste do valor para R$ 1.045. Os R$ 6 a mais representam não apenas o reajuste pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mas também o repasse de resíduos de 2018.
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Apesar do valor pequeno, para a economista Luciana Caetano, professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEAC) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), um reajuste do salário mínimo igual ou maior que a inflação para a população assalariada significa um aumento do consumo e dos investimentos, com impactos sobre arrecadação fiscal.
Com bases nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), cujos números indicam que pelo menos 50% das pessoas inseridas no mercado formal de trabalho no estado recebem até um salário mínimo, Luciana Caetano estima que a economia de Alagoas vai receber a injeção de R$ 1,7 milhão por mês, o que significa um incremento de R$ 22,3 milhões por ano.
Somados a R$ 2,74 milhões referentes a benefícios previdenciários, o incremento deve chegar a R$ 55 milhões por ano, incluído o décimo terceiro salário.
“É possível que algumas contratações informais sejam feitas com base no salário mínimo, o que elevaria ainda mais esse valor”, explica Luciana, ao reforçar a importância do reajuste para fortalecer o poder de consumo dos assalariados e a própria economia.
“É um valor irrisório [R$ 6] do ponto de vista individual, mas impacta positivamente sobre a economia se considerarmos a soma de salários e benefícios previdenciários, além dos benefícios assistenciais. Com uma renda insuficiente ao atendimento das necessidades básicas, qualquer aumento é bem-vindo”, explica Luciana Caetano.”, explica Luciana Caetano.
Luciana Caetano: qualquer aumento hoje vai aumentar as chances de ampliar o consumo |
Arrecadação
Ainda de acordo com a economista, embora o governo federal reclame do impacto de cerca de R$ 300 milhões por cada real reajustado do salário mínimo, graças ao efeito multiplicador da renda, o reajuste vai estimular a atividade econômica e gerar mais receita fiscal. Luciana ressalta também que em Alagoas, 31,76% dos trabalhadores inseridos no mercado de trabalho formal são vinculados à administração pública, de acordo com dados da RAIS de 2018.
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