Reservas de fundos de pensão de empresas estatais não são recursos públicos. Pertencem aos funcionários ativos e inativos dessas empresas e, como tal, devem ser geridas com todos os critérios de prudência e aversão ao risco que costumam presidir decisões financeiras de agentes privados.
Todas as vezes que tal princípio foi abandonado, o desfecho foi desastroso, como bem se viu no circo de horrores em que se converteu a gestão de fundos de pensão de empresas estatais em governos petistas passados. Ao fim e ao cabo, os custos das recomposições dos rombos recaíram sobre os beneficiários dos fundos e, primordialmente, sobre as próprias empresas, com perdas substanciais para seu controlador, o governo.
Não há espaço aqui para tratar todo o rosário de ideias desastrosas a que Lula e o PT continuam aferrados. Vão de um novo e impensado programa de desenvolvimento da indústria naval a um renovado esforço de substituição de importações de fertilizantes que, na melhor das hipóteses, abocanhará um naco importante das margens de lucro do agronegócio. Do desrespeito à autonomia das agências reguladoras à política de reajuste do salário mínimo.
Por que tamanho fascínio por ideias tão desastrosas? Ainda entregues ao negacionismo e resistentes a reconhecer a extensão do descalabro dos governos de Dilma Rousseff, Lula e o PT parecem alimentar a ilusão de que, ao insistir nas mesmas ideias, poderão convencer a si mesmos e ao País de que, no fundo, não havia nada de errado com elas. A fantasia é de que possam, afinal, mostrar que tais ideias poderiam perfeitamente ter dado certo, não fosse a suposta sabotagem sofrida pelos governos petistas entre 2011 e 2016.”