Brasil

Quem é Johny Bravo, traficante acusado de executar integrantes da própria quadrilha

| 07/10/24 - 09h10
| Foto: Reprodução

Chefe do tráfico na Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, John Wallace da Silva Viana, o Johny Bravo, tem em seu nome cinco mandados de prisão expedidos pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, segundo dados do site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A estimativa de policiais que o investigam é de que ele movimente, por mês, cerca de R$ 12 milhões com o comércio de drogas e a exploração de negócios irregulares na Rocinha. Entre as principais fontes de renda do criminoso estariam cobranças de taxas para mototaxistas, motoristas de van e o comércio, além da venda de sinal clandestino de TV a cabo.

Uma investigação que originou a decretação de uma das prisões preventivas contra o bandido revela que o traficante puniu com a morte três integrantes de seu próprio bando. Um deles, identificado como Nerversino de Jesus Garcia, o Garcia, ocupava o terceiro escalão da quadrilha no Morro do Vidigal e chefiou uma invasão ao Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro, em junho de 2016.

A ação contou com cerca de 15 homens e serviu para resgatar o traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, o Fat Family, que chefiava o tráfico no Morro Santo Amaro, no Catete. Ele estava internado sob custódia policial.

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Dois meses depois, Nicolas foi morto ao trocar tiros com policiais no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. De acordo com um processo que tramita na 2ª Vara Criminal do Rio, Garcia, Diego Reis Ferreira, o Marcha Lenta, e mais um comparsa, conhecido como Robert, teriam sido capturados por homens do tráfico da Rocinha na madrugada de 22 de janeiro de 2022.

Os três foram condenados à morte por Johny Bravo e Alan Francisco da Silva, o Bilan — apontado em um inquérito como chefe do tráfico no Vidigal —, por criarem, sem o consentimento dos dois chefes, uma espécie de núcleo de roubos na parte baixa da favela que agiria em bairros da Zona Sul. Os três teriam sido levados para a parte alta do Vidigal, onde foram esquartejados e queimados. Os corpos nunca foram encontrados.

Mesmo sem a localização dos cadáveres, no dia 23 de setembro de 2023 o juízo da 2ª Vara Criminal do Rio decretou as prisões de Johny Bravo e Bilan. “Consta ainda da inquisa que, no dia dos fatos, as vítimas teriam sido abordadas por criminosos não identificados, os quais, agindo sob as ordens dos ora denunciados e em superioridade numérica, teriam levado as vítimas para o alto do Morro do Vidigal, local onde as teriam executado cruelmente e, após, ocultado seus cadáveres”, diz um trecho do despacho da juíza Elizabeth Louro, ao justificar a decretação das duas preventivas.

John Wallace Viana e Alan Francisco da Silva são considerados foragidos. A exemplo de Johny Bravo, Alan tem cinco prisões decretadas, segundo dados do site do CNJ. Johny integra a maior facção criminosa do Rio e é homem de confiança de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157. Este último chefiou o tráfico na Rocinha até ser preso em dezembro de 2017, após uma disputa pelo controle do comércio de drogas com homens da facção integrada por Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem.