Quanto ganha um CEO? Pesquisa revela salários milionários dos 'chefões'

Publicado em 19/09/2024, às 10h30
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UOL

Um estudo divulgou o salário médio de CEOs (sigla em inglês para Chief Executive Officer) e de membros do conselho de administração de empresas listadas na Bolsa de Valores. A análise do perfil dos ocupantes destes cargos indica que as mulheres ainda têm pouca representatividade na posição mais alta das companhias.

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Como pesquisa foi feita

A pesquisa com dados atualizados considerou 83 empresas com ações listadas no Índice Bovespa da B3. O estudo, elaborado e divulgado pela consultoria Vila Nova Partners, analisou 84 CEOs e 775 posições em conselhos de administração.

De acordo com a consultoria, as 83 empresas representam, juntas, a maior parte do volume negociado na Bolsa de Valores brasileira. A maior parte das empresas analisadas é do setor industrial (37 companhias do ramo), consumo e varejo, e serviços financeiros (17 empresas de cada um desses dois setores). Completam a lista as áreas de saúde; serviços, educação e governo; e tecnologia, mídia e comunicações, com quatro empresas cada.

Dados foram coletados em diferentes fontes

A consultoria analisou o Capital Social da B3, a listagem do Índice Ibovespa, os registros da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), os Formulários Cadastrais e os Formulários de Referência 2024 das empresas. A partir das informações obtidas, foi determinada a remuneração média dos cargos analisados, bem como o perfil das pessoas que os ocupam atualmente.

Salário milionário e o perfil de CEOs

De acordo com a pesquisa, a remuneração média anual de um CEO no Brasil é de R$ 15,361 milhões. O valor é equivalente a R$ 1,28 milhão por mês. Comparado ao salário de diretores das companhias, o valor recebido pelo CEO é quase três vezes maior. Entre os setores analisados, a área da saúde representa o maior salário anual entre os CEOs: mais de R$ 29,310 milhões.

Cerca de 46% dos CEOs têm formação em engenharia. Estrangeiros e mulheres têm a mesma presença no cargo: somente 5%. Entre as mulheres, o índice teve um leve aumento em relação a 2023, quando a participação feminina era de 4%, devido à posse de Magda Chambriard no cargo na Petrobras, em maio deste ano.

A idade média dos CEOs é de 54,8 anos. De acordo com a pesquisa, 45% dos que ocupam a posição têm entre 50 e 59 anos.

O cargo tem profissionais experientes. Cerca de 36% dos CEOs têm entre seis e dez anos na posição, enquanto 34% acumulam mais de dez anos na função. 42% dos CEOs têm experiência internacional. 70% dos CEOs têm nível dois de escolaridade, ou seja, formação acadêmica além da graduação em nível superior, como mestrado, MBA e doutorado.

A trajetória de grande parte dos CEOs passa pelo conselho de administração. 79% dos profissionais foram conselheiros, e 61% foram promovidos internamente (mesma empresa ou grupo).

A remuneração é formada por diferentes fatores. Além do salário fixo, os executivos recebem também uma parte variável que pode incluir bônus, participação nos lucros, ações e, quando aplicável, a chamada "quarentena", período em que o profissional não pode atuar em empresas concorrentes após sair de determinada companhia.

Conselho de administração: números escancaram desigualdade

A pesquisa analisou, também, a composição do conselho de administração das empresas. Segundo a consultoria, 90,4% dos conselhos têm pelo menos uma mulher. A porcentagem é menor do que a vista em 2023.

"Os resultados desta pesquisa evidenciam uma estagnação na diversidade de gênero em conselhos, com um aumento irrisório de posições ocupadas por mulheres, de 19,4% em 2023 para 19,6% em 2024. Outro indicador que demonstra essa falta de evolução é a redução do número de conselhos que apresentam mulheres em seus quadros, que regrediu de 91,6% para 90,4% na data de corte do estudo", mostra trecho oficial do documento elaborado pela consultoria

22,9% dos conselhos têm três ou mais mulheres

Segundo a análise, o número corresponde a uma proporção de 1,8 mulher para cada 7,5 homens entre os membros. A indústria é o setor que mais têm mulheres em seus conselhos, enquanto a saúde tem a menor representatividade feminina entre os membros.

Em média, a idade nos conselhos é mais avançada do que entre os CEOs. 19% dos membros têm mais de 70 anos, enquanto somente 2% têm menos de 40. Assim como entre os CEOs, entre os membros do conselho a formação acadêmica mais frequente é em engenharia.

Somente 1% dos membros de conselhos se declara preto. Enquanto 84% se declaram brancos, outros 3% se declaram pardos, 1% se declara amarelo e 11% preferem não responder à autodeclaração de cor e raça.

0 salário de presidentes e membros do conselho de administração também tem grande diferença. Segundo a consultoria, os presidentes do chamado board recebem, em média, R$ 377.419 mensais, o que representa um salário quase cinco vezes maior do que o restante do quadro que forma o conselho, cujo salário médio é de R$ 78.917 por mês.

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