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O nascimento de um bebê é um momento repleto de emoções intensas para as mães. Por isso, é comum que, nas primeiras semanas após o parto, muitas mulheres passem por alterações de humor e sintam até mesmo tristeza, ansiedade e angústia.
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Enquanto essas sensações são muitas vezes associadas ao 'baby blues', um fenômeno passageiro e relativamente leve, em alguns casos elas podem evoluir para a depressão pós-parto, uma condição mais grave e duradoura.
De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada quatro mulheres no Brasil apresentam sintomas de depressão nos 6 a 18 meses após o nascimento do bebê.
Mas como distinguir entre esses dois estados emocionais? Em entrevista ao Terra Você, Cíntia Braga, médica psiquiatra, explica.
Sintomas diferenciam as condições
De acordo com a profissional, o baby blues é caracterizado por mudanças de humor, irritabilidade, ansiedade, choro fácil, cansaço e até mesmo certo ressentimento com a maternidade. No entanto, esses sintomas, apesar de causarem sofrimento psíquico, geralmente não impedem a mãe de cuidar do filho e estar presente.
Já na depressão pós-parto, os sintomas costumam ser mais intensos e persistentes, com uma disfuncionalidade marcante, dificuldade intensa em cuidar do bebê, pensamentos autodepreciativos ou até mesmo de morte.
“O baby blues inicia-se poucas semanas após o parto, com os sintomas diminuindo gradualmente com a maior familiaridade com a nova situação. Já a depressão pós-parto também pode começar nas primeiras semanas após o parto e perdurar mais tempo, se não tratada”, diz a médica.
A especialista conta que o baby blues está frequentemente associado às mudanças hormonais abruptas, privação de sono e ajuste à nova realidade da maternidade. Os fatores de risco para depressão pós-parto incluem histórico de depressão, falta de apoio social, estresse conjugal, complicações obstétricas e predisposição genética.
“O baby blues geralmente não requer tratamento específico além de apoio emocional e descanso, entretanto alguma medicação pode ser utilizada para amenizar os sintomas e a psicoterapia sempre é bem vinda. Já a depressão pós-parto, além da psicoterapia, o acompanhamento psiquiátrico se faz necessário, além de suporte familiar próximo”, indica a psiquiatra.
Buscar ajuda é fundamental
A médica destaca que a diferenciação entre os quadros nem sempre é clara e óbvia. As duas condições apresentam dificuldades, mas a depressão pós-parto pode ter consequências mais graves para a mãe, o bebê e a família, com um prejuízo importante na formação do vínculo materno, dificuldades no desenvolvimento infantil e risco de violências.
“Buscar ajuda profissional precocemente garante tratamento adequado, evitando complicações e promovendo a saúde mental da mãe e da família. É importante orientar às novas mamães a sempre que houver sofrimento mental, mesmo que leve, a procurar avaliação de um profissional da área”, conclui a médica.
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