Redação
Quadrilha falsificava assinatura do prefeito de Maceió para vender praça de táxi (Crédito: TNH1 / Jonnathan Firmino)
Atualizada às 12h24
Documentos públicos falsos e até a assinatura falsificada do prefeito de Maceió, Rui Palmeira, foram localizados pela Polícia Civil alagoana, durante a investigação de um esquema de venda de concessões de praças de táxi.
A ação criminosa, de acordo com a polícia, contava com a participação direta de três pessoas, presas nesta quarta-feira (02), e ainda pode ter contado com o auxílio de servidores da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) da Capital, que ainda não foram identificados.
Foram presos Marcos Antônio Rodrigues da Silva, prestador de serviço do Sistema Penitenciário alagoano, apontado como líder do grupo, Nicácia Silva Dias, cabeleireira, responsável por captar clientes, e Irlane Cássia da Silva Luiz, também apontada como mentora do esquema. Ela teria um relacionamento com Marcos e dizia que trabalhava na SMTT de Arapiraca. O órgão, porém, negou ter qualquer servidora com esse nome.
De acordo com a polícia, os golpes eram aplicados em pessoas que queriam comprar praças com preços relativamente baixos. A partir daí, o grupo falsificava as concessões, possivelmente com auxílio de pessoas de dentro da SMTT de Maceió.
As praças, que normalmente custam R$ 80 mil, estavam sendo vendidas por R$ 5 mil. Na casa de Marcos foram apreendidos documentos falsos, onde constava uma assinatura como sendo do prefeito Rui Palmeira, e duas granadas.
A polícia entrou em contato com a Prefeitura, que teria informado que desde o início do mandato não houve nenhuma nova concessão de praça de táxi. Além disso, a Prefeitura teria dito que as assinaturas não conferem com a verdadeira de Rui Palmeira.
O TNH1 entrou em contato com a Prefeitura, que deve se pronunciar oficialmente ainda nesta quarta.
Os indícios da participação de servidores da SMTT de Maceió no golpe são os documentos com carimbos que só o órgão possui.
Durante a entrevista coletiva para apresentação dos presos, uma nova informação foi passada pela suspeita Irlane Cássia. Ela apontou um novo integrante do grupo, identificado como Júlio César, diretor de uma empresa de plano de saúde de Maceió, que seria intermediário entre a quadrilha e os servidores da SMTT.
"Ele sabia de tudo, tinha os contatos na SMTT, indicava pessoas e perguntou a mim se eu poderia fazer, porque tinha conhecimento lá dentro. Eu sou uma vítima dele. Entrei numa barca furada com ele", declarou Irlane.
Vítimas
A investigação está apenas no início e deve ganhar mais subsídios após as vítimas tomarem conhecimento da prisão dos suspeitos. Inicialmente, sabe-se que os golpes foram aplicados apenas em Maceió. Houve vítima com prejuízo de R$ 100 mil.
Os presos foram autuados em flagrante. Marcos irá responder por posse de munições e granada, e Irlane por falsidade ideológica, já que possuía documento de identidade falso.
*Estagiário sob supervisão
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