Prova da Uncisal é questionada no Ministério Público Estadual

A divulgação das notas do último vestibular da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), na última terça-feira (7), vendo sendo questionada, tanto pelos candidatos quanto pelos professores de Escolas e Cursinhos.

As alegações foram formalizadas pelos representantes dos alunos ao Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL).

Um dos motivos das reclações seria a aplicação da Teoria de Resposta ao Item (TRI) e os seus critérios para a correção e divulgação das notas do certame.

A  TRI é a metodologia de avaliação usada pelo Ministério da Educação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e não contabiliza apenas o número total de acertos no teste. De acordo com o método, o item é a unidade básica de análise. O desempenho em um teste pode ser explicado pela habilidade do avaliado e pelas características das questões (itens).

Para o professor Walder Nunes, proprietário de um curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibulares na capital alagoana, há anos a Uncisal sofre com problemas referentes ao seu processo seletivo. Em 2009 o seu ápice com a anulação de todo o concursotod o concurso foi anulado e desde então outros certames também tiveram problemas.

Em sua página oficial nas redes sociais, o professor questiona o método utilizado para correção das provas.

“Não importa quem passe, passe aquele que realmente merece passar”, frisou o educador.

“Voltando para as Ciências da Natureza, foram 30 questões, sendo quatro delas nulas e 26 válidas. O candidato X teve 16 acertos das 26 e tirou 665,63. O candidato P acertou 25, errou apenas uma, mas tirou uma nota menor, 604,54. Ou seja, a diferença entre uma pessoa que só erra uma das válidas e outra que erra 10 é de 60,99 para quem teve menos acertos. Esse é o TRI, Teoria da Resposta do Idiota, só se for. Tão me chamando de idiota”, desabafou Walder Nunes.

Atualmente as provas do vestibular da Uncisal são confeccionadas pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe).

Uncisal se pronuncia

Em nota, a Uncisal indicou que o processo seletivo é produzido pelo Cebraspe, mas que a Comissão do Processo Seletivo da Uncisal (Copres) já está mantendo contato com a empresa e já encaminhou todas as demandas para os devidos esclarecimentos.

Confira a nota na íntegra:

A Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) esclarece que todo o processo seletivo do Vestibular 2019 é realizado pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), uma das instituições de maior credibilidade na realização de diversos concursos, avaliações e acesso à universidade em todo o país. A Comissão do Processo Seletivo da Uncisal (COPRES) informa que vem mantendo contato com o Cebraspe e já encaminhou as demandas que chegaram para que fossem esclarecidos os questionamentos.

As notas máximas e mínimas em cada uma das provas utilizam a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Neste modelo de resultado, não há obrigatoriedade de uma prova ter uma nota mais baixa e outra mais alta fixas. Elas variam de acordo com o comportamento dos candidatos. Para que isso ocorra, todos os itens são calibrados em testes para ver se são considerados fáceis, médios ou difíceis e a consistência do desempenho do candidato (tentando evitar os "chutes"). Por isso, as notas são diferentes mesmo quando dois candidatos acertam o mesmo número de questões.

A COPRES/ Uncisal informa, ainda, que o Cebraspe está cumprindo todos os procedimentos sobre divulgação de resultados informados no edital. Inclusive o gabarito oficial e notas da redação foram divulgados no último dia 6 de janeiro, data prevista no edital. O resultado final do vestibular da Uncisal está previsto para o dia 28 de janeiro.