Redação
Os movimentos são plácidos e precisos, um verdadeiro balllet de equilíbrio, concentração e força. Arte milenar inventada pelos chineses, o kung fu tem adeptos em todo o mundo, os quais buscam o equilíbrio entre o corpo e a mente. Na Escola Estadual Bom Conselho, no bairro de Bebedouro, a arte marcial transformou a vida de garotos e garotas da região.
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Iniciado há um mês na instituição, o Projeto Jovem Atleta Dakaru na Escola (Projade) é executado pela Associação Alagoana de Dakaru (ASAD) e acontece sempre às segundas e sextas-feiras, tendo o apoio da Secretaria de Esporte e Lazer da Juventude (Selaj) e da comunidade escolar. A iniciativa, que abrange não só aulas de kung fu, mas também de boxe chinês, cidadania, lógica e inglês, é similar a ação que a associação promove há 12 anos no bairro da Gruta de Lourdes.
“Há muito tempo queríamos levar este projeto para as escolas e, quando surgiu a oportunidade, fizemos nossa inscrição em um edital da Selaj, o que, posteriormente, gerou um convênio nosso com a Secretaria. Aqui, trabalhamos o resgate de valores e debatemos temas transversais que proporcionam muitas reflexões”, conta o coordenador do projeto, Cristiano Gomes, da ASAD.
Com 120 alunos matriculados, o projeto já apresenta resultados positivos. É o que afirma a diretora-geral Damiana Melo.
“Observamos que os alunos que participam das aulas de kung fu tiveram uma grande melhora em seu comportamento: relacionam-se melhor com seus familiares, colegas e professores. Também passaram a se dedicar mais aos estudos, cuidam da escola e estão sempre dispostos a colaborar”, conta a gestora.
Uma nova vida
Foi o desejo de mudar que levou João Mateus Santos, 13 anos, a se inscrever no projeto. Aluno do 7º ano do ensino fundamental, ele diz que se tornou uma nova pessoa após conhecer o kung fu. “Fiz a inscrição porque sabia que faria bem para mim. Hoje, gosto mais de estudar, ajudo as pessoas e a escola”, fala o garoto.
Laura Camila Souza, 14 anos, também é outra entusiasta da iniciativa. Impulsionada pela irmã, que também frequenta as aulas, ela convenceu a mãe a autorizar sua inscrição. Os resultados não poderiam ser melhores.
“Melhorei muito meu comportamento e me afastei dos falsos amigos. O projeto também me mostrou que devo focar na busca do meu objetivo, que é fazer faculdade e ser delegada”, revela a garota, que aponta as aulas de kung fu e de inglês como as suas atividades prediletas do projeto.
A ação também já revelou um talento do esporte: Aliton Davi de Lima, aluno do 9º ano que, no mês passado, conquistou medalha de prata no Campeonato Alagoano de Kung Fu realizado em Messias. “Já fazia capoeira na Chã da Jaqueira, onde eu moro, e isso ajudou a minha adaptação ao kung fu. Ainda assim, me surpreendi ao ganhar medalha”, confessa o garoto.
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