Professor de piano diz ter entrado para o crime após prisão 'injusta': 'fábrica de monstros'

Publicado em 26/09/2018, às 14h06
Reprodução/TV Pajuçara -

Redação

Um dos suspeitos presos após uma troca de tiros no Trevo do Francês, o professor de música Hugo dos Santos Costa conversou com o repórter Alberto Lima, da TV Pajuçara, na manhã desta quarta-feira (26), onde afirmou que teria entrado numa vida de crimes após “ser preso injustamente” há cerca de dois anos.

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Hugo diz ser professor de música com formação em piano erudito. Durante a entrevista, ele alegou trabalhar no programa de Ensino Contínuo das Escolas de Tempo Integral “Mediotec” da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Ele afirmou que saiu de casa para lecionar e que durante a tarde de hoje teria uma turma com 15 adolescentes.

“Com certeza eles estão lá tristes, sem dúvidas. Porque eles fazem ensino contínuo, o tempo integral do médio técnico da Seduc. Isso implica dizer que muitos, talvez, nem tenham almoçado. Eles estão lá porque gostam de música. Não estão lá pra ter uma profissão, estão porque gostam de música. E se eles estão lá por isso, eu acredito em todos eles”, afirmou Hugo.

O jovem de 27 anos disse que esta foi a primeira vez que foi preso, e que entrou para o mundo do crime após uma prisão "injusta" ocorrida há cerca de dois anos, quando foi apontado pela polícia como líder de um grupo criminoso que planejava e cometia assaltos em Maceió e São Miguel dos Campos. Segundo o professor, ele seria inocente.

“Saí [da prisão] por insuficiência de provas. Ficou provado que eu sou inocente. Na verdade, eu comecei a me envolver com isso quando passei pelo sistema [prisional], que não ressocializa ninguém. É uma fábrica de monstros. Não se passa tempo na cadeia e é ressocializado”, afirmou Hugo, que relatou ter ficado preso por aproximadamente um ano.

“Passei um ano [preso]. Em um ano, aprendi a ter revolta. A apanhar sem ter culpa. Criou alguém que eu não conhecia dentro de mim. Cheio de ira e revolta”, disse o professor.

Sobre o crime ocorrido nesta quarta (26), Hugo afirmou que não houve planejamento e não demonstrou arrependimento. “Depois desse chute, que vocês viram o rapaz chegar e dar em mim aqui? Depois de apanhar algemado? Depois de apanhar sem poder me defender? Não houve planejamento para o assalto”, pontuou.

O TNH1 tentou confirmar a informação de que Hugo integra o quadro de professores contratados da Seduc, mas a assessoria da secretaria ainda não confirmou a informação. No entanto, a assessoria confirmou a existência do programa Mediotec, um programa semelhante ao Pronatec, mas destinado a escolas que ainda não funcionam em regime Tempo Integral.

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