Produção de motocicletas cresce e atinge o melhor resultado em 9 anos

Publicado em 17/04/2023, às 16h11 - Atualizado às 16h12
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Edson Moura

O setor de motocicletas mantém o seu ritmo de crescimento. Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, mostram que foram fabricadas 397.070 motocicletas no primeiro trimestre, alta de 21,4% na comparação com o mesmo período do ano passado (327.139 unidades). De acordo com levantamento da associação, esse foi o melhor resultado para os três primeiros meses do ano desde 2014 (412.173 motocicletas).

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Em março, as fabricantes instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus) produziram 152.450 unidades. O volume é 11,8% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado (136.350 motocicletas) e 25,3% maior em relação a fevereiro (121.703 unidades). Ainda segundo a Abraciclo, esse foi o melhor resultado para o mês desde 2012 (179.451 motocicletas) e o melhor desempenho em meses consecutivos desde novembro de 2013 (156.044 unidades).

Segundo avaliação do novo presidente da Abraciclo, Marcos Antonio Bento, a indústria deve seguir a tendência de alta nos próximos meses e, com isso, equilibrar a oferta e a demanda. “Depois de três anos as fabricantes estão conseguindo operar normalmente, sem interrupções nas linhas de produção. Estamos, gradativamente, reduzindo a fila de espera dos modelos de baixa cilindrada e dos scooters”, destaca.

A estimativa da Abraciclo é fechar o ano com 1.550.000 unidades produzidas, o que corresponde a um crescimento de 9,7% na comparação com o ano passado (1.413.222 motocicletas).

Vendas no varejo

No primeiro trimestre os emplacamentos totalizaram 357.209 unidades, aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado (274.673 motocicletas). De acordo com levantamento da Abraciclo, as vendas no varejo alcançaram o melhor resultado em onze anos. Em 2012, foram licenciadas 442.512 unidades.

Na análise isolada de março, foram licenciadas 146.035 motocicletas. Na comparação com o mesmo mês de 2022, houve aumento de 32,7% (110.040 unidades) e, em relação a fevereiro, a alta foi de 45,1% (100.613 motocicletas). Esse foi também o melhor resultado para o mês desde 2012 (165.677 unidades).

Com 23 dias úteis, março registrou média diária de 6.349 unidades negociadas no varejo. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, que teve um dia útil a menos, a alta foi de 26,9% (5.002 motocicletas/dia). Já em relação a fevereiro, com 18 dias úteis, o crescimento foi de 13,6% (5.590 unidades/dia).

A categoria Street liderou o ranking de emplacamentos em março. No total, foram licenciadas 73.358 motocicletas, o que corresponde a 51,6% de participação do mercado. Em segundo lugar, ficou a Trail (27.300 unidades e 18,7% do mercado), seguida pela Motoneta (20.432 motocicletas e 14,0%).

Veja o ranking e a comparação com o mês e ano anteriores:

Segundo levantamento da Abraciclo, em março, foram licenciadas 118.839 motocicletas de baixa cilindrada, o que corresponde a 81,4% do mercado. Os modelos de média cilindrada tiveram 22.531 unidades emplacadas (15,4% do mercado), enquanto as motocicletas de alta cilindrada registraram 4.665 emplacamentos (3,2%).

Para este ano, a projeção da associação é que sejam licenciadas 1.490.000 motocicletas, alta de 9,4% em relação a 2022 (1.361.941 unidades).

Mercado por região

Em termos porcentuais, a região Norte foi a que registrou o maior crescimento no primeiro trimestre. Foram emplacadas 45.736 motocicletas, volume 50,2% maior que o registrado no mesmo período do ano passado (30.444 unidades).

Já em números absolutos, a liderança é do Sudeste (137.923 motocicletas licenciadas e 38,6% total do mercado). Em segundo lugar, ficou a região Nordeste (105.667 unidades e 29,6% do mercado), seguida pelo Norte (45.736 motocicletas e 12,8%), Centro-Oeste (34.728 unidades e 9,7%) e Sul (33.155 motocicletas e 9,3%).

As posições foram mantidas no ranking mensal: Sudeste (56.489 unidades licenciadas e 38,7% de participação no mercado), Nordeste (43.843 motocicletas e 30,0% de participação), Norte (18.515 unidades e 12,7%), Centro-Oeste (13.702 motocicletas e 9,4%) e Sul (13.486 unidades e 9,2%).

Exportações

As fábricas instaladas no PIM embarcaram 10.276 motocicletas nos três primeiros meses deste ano. O volume é 2,9% menor ao registrado no mesmo período de 2022 (10.587 unidades).

De acordo com dados do Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, os dois principais parceiros comerciais foram os países do Mercosul. A Argentina recebeu 4.226 motocicletas e ficou em primeiro lugar (27,3% do volume total exportado). A Colômbia veio na segunda colocação (3.940 unidades e 25,2% das exportações). Os Estados Unidos ocuparam a terceira posição no ranking, com 2.237 motocicletas e 14,5% do total exportado.

Em março, foram exportadas 2.813 motocicletas. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve redução de 28,7% (3.944 unidades) e de 12% em relação a fevereiro (3.198 motocicletas).

Ainda de acordo com levantamento do Comex Stat, analisados pela Abraciclo, as posições no ranking mensal foram mantidas: Argentina (1.486 unidades e 33,1% das exportações), Colômbia (1.130 motocicletas e 25,5%) e Estados Unidos (922 unidades e 20,5%).

A estimativa da Abraciclo é que as exportações deverão alcançar 59.000 unidades, o que corresponde a um crescimento de 6,6% sobre as 55.338 motocicletas embarcadas no ano passado.

À frente da Abraciclo nos últimos onze anos, Marcos Fermanian deixa um legado de conquistas. Durante sua gestão, o setor de Duas Rodas protagonizou importantes capítulos do desenvolvimento industrial brasileiro como, por exemplo, a adoção de novas tecnologias que alinharam as motocicletas e bicicletas fabricadas no PIM aos padrões mais exigentes do mercado mundial. Também fez parte desse período, a implantação de avançados processos industriais para garantir ao produto nacional os mais altos níveis de desempenho e eficiência, além de inúmeras contribuições para a Segurança Veicular. Com isso, a indústria passou a oferecer ao consumidor o que há de melhor em termos de qualidade, segurança e economia, contribuindo de forma efetiva no dia a dia da mobilidade do brasileiro.

“Nosso setor enfrentou muitos desafios neste período, mas sempre tivemos uma visão clara de seu grande potencial de crescimento. Marcos Bento assume o comando da Abraciclo em um momento estratégico, e dará continuidade no fortalecimento e no aumento da competitividade de nossa indústria”, afirma Marcos Fermanian.

O executivo segue como presidente da Honda Serviços Financeiros.

 

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