Prévias carnavalescas: os riscos da mistura de remédios e bebidas alcoólicas

Publicado em 12/02/2025, às 09h29
- Pixabay

Assessoria CRF AL

Um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em novembro de 2024, revela que o consumo de álcool causa, em média, 12 mortes por hora no Brasil. Os homens representam 86% desses casos, sendo que quase metade das mortes está relacionada ao consumo de álcool combinado com doenças cardiovasculares, acidentes e episódios de violência. Já as mulheres correspondem a 14% das mortes, e, em mais de 60% dos casos, o álcool esteve associado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diferentes tipos de câncer.

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Com a chegada das prévias carnavalescas, é fundamental reforçar os cuidados. O presidente do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL), Daniel Fortes, alerta que a combinação de álcool com medicamentos pode ser perigosa, tanto para quem faz uso contínuo de fármacos para tratamento de condições como hipertensão e diabetes, quanto para aqueles que utilizam medicamentos de forma ocasional.

“Dependendo da classe do medicamento, a interação com o álcool pode provocar efeitos adversos como sangramento gástrico, sonolência excessiva, depressão respiratória e outros problemas. Alguns antibióticos, como o metronidazol, quando ingeridos com bebidas alcoólicas, podem causar vômitos e arritmia cardíaca. Além disso, há medicamentos cujo efeito pode ser reduzido devido à interação com o álcool”, explica.

Outro grupo de fármacos que requer atenção são os anti-inflamatórios não esteroides, como o ácido acetilsalicílico (AAS) e o ibuprofeno. Quando combinados com álcool, eles aumentam o risco de úlceras gástricas e hemorragias. Já analgésicos de venda livre, como dipirona e paracetamol, podem potencializar os efeitos do álcool e, em alguns casos, causar hepatite medicamentosa. Além disso, a ingestão de bebidas alcoólicas associada a medicamentos para tratamento do diabetes pode levar a quadros de hipoglicemia.

Daniel Fortes ressalta que a quantidade de álcool ingerida é um fator determinante no nível de interação medicamentosa. “Cada medicamento pode interagir de forma diferente com o álcool, podendo ter seu efeito potencializado ou reduzido, dependendo do princípio ativo. O ideal é que, antes de consumir qualquer um dos dois, o folião consulte um farmacêutico”, orienta.

Ressaca

Para minimizar os efeitos do consumo excessivo de álcool, o presidente do CRF/AL recomenda intercalar a ingestão de bebidas alcoólicas com água. A fim de manter a hidratação adequada, a recomendação é ingerir entre 0,035 e 0,050 litros de água por quilo de peso corporal ao longo do dia. Por exemplo, uma pessoa que pesa 60 kg deve consumir entre 2,1 e 3 litros de água diariamente. Além disso, uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes e vegetais, pode ajudar a reduzir os efeitos do álcool no organismo e amenizar os sintomas da ressaca.

Caso ocorra um quadro de ressaca, a orientação é evitar o uso de medicamentos e priorizar a hidratação para auxiliar na recuperação do corpo.

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