Gabriel Amorim* com PFC
O CRB vive um dos melhores momentos de sua história. Após chegar longe na Copa do Brasil e voltar à final da Copa do Nordeste após 30 anos, o clube acumula milhões nos cofres e ganha destaque nas manchetes futebolísticas de todo o país. O presidente do CRB, Mário Marroquim, concedeu entrevista ao Pajuçara Futebol Clube na noite dessa terça (28), onde comentou o momento e tirou dúvidas de alguns torcedores sobre questionamentos recentes.
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Premiação de R$ 12 milhões
Somente através das classificações na Copa do Brasil e no Nordestão, o CRB já acumula mais de R$ 12 milhões nos cofres. E o torcedor quer saber onde esta grana será investida. Fala presidente:
— Parte desses recursos já estão dentro do planejamento inicial, porque a gente tem a 1ª e 2ª fases da Copa do Brasil como obrigatórias, elas entram no meu planejamento de planilhamento para gastar. Então, [parte disso] não é um dinheiro novo. Eu conto com a [classificação] até a 2ª fase da Copa do Nordeste também. No mínimo, passar da 1ª fase. Então, para mim, não entra como receita nova, e sim como receita recorrente e necessária para pagar e fechar contas.
Reforços e a possibilidade da saída de atletas
Marroquim garantiu que o clube vai no mercado atrás de reforços pontuais. No entanto, também lembrou a preocupação para não perder nenhum atleta do elenco já enxuto, agora que o clube está na vitrine nacional.
— A gente vai ao mercado sim, com recursos para buscar reforço. Tem dinheiro para isso reservado. Entre trazer jogador, também tem o problema de não perder atleta. Porque se a gente perder dentro do nosso elenco, na hora que você vai para uma vitrine, todo mundo lhe vê. Ninguém lhe vê quando está escondido. E estamos numa vitrine nacional, todo mundo tá olhando para a gente. Tem a possibilidade de cinco ou seis jogadores serem assediados pelo mercado, mas temos também contratos mais restritivos, com multas maiores que inibem uma saída fácil. Saída pode acontecer, assim como podemos buscar jogadores de outros clubes, mas, de fato, tem um assédio e uma preocupação nossa.
— Nem sempre é dinheiro, é ambiente de trabalho também. Então, entre você estar em um clube onde não tem ambiente e nem estabilidade, e estar em outro onde tem estabilidade, equilíbrio, cidade boa e um grupo que abraça e é vitorioso, às vezes é melhor ganhar um pouquinho menos para estar nisso aí. E o CRB estando nesse patamar ajuda mais. Quando a bola começa a entrar, a gente entende que o elenco é bom e que se sente como uma verdadeira família, poucos querem sair. Caso vide Anselmo, que a gente conseguiu que ele não fosse para o Fortaleza.
— Estamos atrás de reforços pontuais em posições que a gente identifica. A gente vai forte sim ao mercado, mas não é só o dinheiro. Tem três fatores: é preciso ter o dinheiro, ter o atleta que se adapte ao estilo de jogo do treinador e você tem que entender se o atleta quer vir. Então, nesse momento, com essas conquistas nossas, tem facilitado isso, porque todo jogador quer vir para um clube vitorioso.
Rombo de R$ 4 milhões
Dando sequência no assunto financeiro, Marroquim também abriu o jogo sobre valores que o clube esperava receber e que acabou tendo um rombo nos cofres.
— Dentro do ano, você tem coisas positivas, mas tem coisas negativas também. A gente tem que entender que o orçamento é flutuante, tem coisas que a gente planejou e projetou, [a exemplo] de uma receita mensal de patrocínio de R$ 400 mil por mês e que só estamos conseguindo R$ 200 mil. Isso aí deixa um rombo de R$ 2 milhões por ano. A gente projetou receber uma cota de Série B de R$ 9 milhões para esse ano e só estamos recebendo R$ 7 milhões. Mais dois milhões de rombo. Tudo isso faz parte da conta e a gente tem que ter o equilíbrio de entender o que é que sobra e o que equilibra a conta. Mas estamos positivos - jamais no azul.
Atleta insatisfeito
Apesar do bom momento da equipe, nos bastidores, ainda há jogador que está insatisfeito em não poder render o esperado e amargar a ausência nas recentes decisões. Trata-se do meia Jorginho, que sofre com o problema recorrente no tendão de Aquiles.
— Eu não conversei com ele essa semana, mas de fato ele está insatisfeito com o rendimento dele mesmo, com alguns jogos que talvez ele pudesse ter produzido mais e não deu sorte também. E aí, sim, tem a adaptação dele ao estilo do próprio treinador, que não deu tão certo e, para o azar dele e sorte da gente, o Gegê deu muito certo. E na hora que ele começa a crescer nas competições, quem acha que seria titular e encontrou um espaço ocupado está difícil de buscá-lo. Então, pela qualidade técnica dele, ele se sente extremamente insatisfeito. E a gente senta com propostas da Série A e B por ele. A gente está estudando com ele. Para vocês terem ideia, a gente passou pelo Ceará e pelo Bahia sem contar com ele. Então, de fato, o time está andando.
Jorginho passa por momento complicado no CRB | Crédito: Francisco Cedrim / CRB) |
Final da Copa do Nordeste não será em Maceió?
Na terça (28), correu pela imprensa cearense e entre torcedores do Leão a possibilidade da decisão não acontecer no Rei Pelé. Isso porque a CBF exige uma capacidade de, ao menos, 15 mil pessoas para sediar a final, e o último laudo divulgado pelo Corpo de Bombeiros comportava, somente, 14.626 torcedores.
O burburinho, no entanto, foi acalmado pelo presidente do CRB. De acordo com ele, um novo laudo já foi solicitado aos Bombeiros.
— A chance disso acontecer é zero. O jogo da final será em Maceió sim! E o trabalho foi muito grande, o nosso Estádio Rei Pelé tem capacidade de 15 mil. Tive reunião com o próprio governador, ele entrou no circuito e sabe da importância e da magnitude do evento. Tive também [reunião] com a PM e Bombeiros para fazer a reanálise. Estão reavaliando. A própria CBF já tranquilizou a gente. Torcedor, não se preocupe: a gente terá laudos mais atualizados, o CB terá a celeridade necessária. Teremos um grande evento em Maceió.
*Estagiário sob supervisão
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